Que roupa que você conhece que já foi pintada por Cézanne, tem data de nascimento e foi imposta por decreto-lei? O colete, chamado em francês de gilet ou vest, e waistcoat nos países de língua inglesa, apesar de uma pequena peça, é a única roupa com data de nascimento, 7 de outubro de 1666, e muita história para contar.
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Essa roupa foi criada em um combate de estilo entre a França e a Inglaterra. O colete nasceu por um decreto do rei Charles II, da Inglaterra, como uma reação à extravagância francesa na maneira de se vestir e se tornou uma peça obrigatória por lei na indumentária dos nobres da corte inglesa. Nessa época, e até por volta de 1800, eram confeccionados em tecidos brilhantes com bordados e brocados.
No século 19, os coletes foram se tornando mais sóbrios e passaram a ser feitos em tecidos lisos e com detalhes discretos. Nessa época, o colete tinha o papel de destacar uma postura elegante e correta do homem. Com o passar do tempo, a peça foi se ajustando nas costas e mantendo o volume na parte superior, para destacar os ombros e os braços masculinos. No início do século 20 se uniu ao paletó e à calça para formar o terno e a sua função principal era guardar o relógio de bolso.
Com a popularização dos relógios de pulso, o colete foi ficando cada vez menos comum, só sendo utilizado em ocasiões muito formais. Por volta de 1940, o colete cedeu lugar às jaquetas, mas recuperou prestígio a partir dos anos 1960 no formato tradicional ou com as muitas franjas da moda hippie. Na década de 1970, a peça voltou em versões com estampas ou em tecido acetinado e entrou definitivamente para o figurino feminino.
Nos anos 1980, a peça não teve destaque voltando importante nos anos 1990. O colete não é uma peça indispensável na composição do visual, mas pode agregar informação de moda e deixar o look mais transado. A moda dos coletes invadiu este inverno e promete continuar nas próximas estações. Pode ser colorido, estampado, ter texturas e detalhes diferenciados.
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Na hora certa
– O colete permite combinações no estilo masculino-feminino, mas a tendência atual é fazer com que a peça não pareça masculina e por isso deve ser usada com roupas e acessórios femininos.
– Conheça o seu corpo para encontrar o modelo de colete ideal.
– Coletes curtos encurtam o tronco. Evite se tem tronco curto e pernas mais longas. Opte pelos mais alongados.
– Coletes fechados criam na fileira de botão uma sensação “alongadora”. Funciona também com a estampa risca de giz e é dica para baixinhas.
– Quando usado aberto, o espaço que forma no centro do corpo alonga ainda mais.
– Quem tem muito busto deve dar preferência para modelos usados abertos.
– Silhueta reta na cintura surpreende com os modelos acinturados.
– Se a ideia for sobrepor a outras roupas, se ligue que o colete sempre vai acrescentar volume. Para evitar excesso use as peças embaixo mais ajustadas ao corpo.
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– Um colete neutro cria maior liberdade para coordenar com acessórios e outras roupas, mas coletes com brilho são perfeitos para a balada. Em paetês preto ou dourado valoriza até peças básicas.
– Vale o colete comprido, na altura do quadril, até a cintura ou bem curtinho. Alguns têm a parte da frente mais comprida e a de trás mais curta.
– Não importa o comprimento, são sempre ótimos para o jogo das sobreposições.