O Yahoo!, um pioneiro da internet em grandes dificuldades, venderá suas joias: o Yahoo Mail, o Yahoo News e seus 1 bilhão de usuários por US$ 4,8 bilhões ao grupo de telecomunicações Verizon. Depois de 20 anos de independência, as atividades-chave do Yahoo! serão integradas na mesma divisão que a AOL, outro ex-ícone da internet adquirido no ano passado pela Verizon.

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A transação, que deverá ser finalizada no início de 2017, busca criar “um grupo internacional de meios de primeira linha e ajudar a aumentar nossas receitas de publicidade online”, comentou o presidente-executivo da Verizon, Lowell McAdam, em comunicado. A compra não engloba a tesouraria do Yahoo!, uma carteira de patentes nem as partes do grupo no capital do chinês Alibaba e do Yahoo Japão.

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O acordo englobará as populares notícias do Yahoo!, e-mails e outros serviços online que são utilizados por mais de um bilhão de pessoas no mundo.O Yahoo! ficará como uma empresa separada dos investimentos da companhia, que mudará de nome após a transação.

Marissa Mayer, que assumiu a direção do Yahoo! em 2012, defendeu a operação, que marca um fracasso pessoal e sua incapacidade para devolver ao grupo um lugar de destaque no setor dominado hoje por Google e Facebook.

— É emocionante nos unir com AOL e Verizon nesse momento em que iniciamos um novo capítulo centrado nas economias de escala e nos celulares. O grupo Yahoo! mudou o mundo e continuará fazendo isso através de sua aliança com Verizon e AOL — ressaltou a diretora-geral.

O preço de venda representa uma redução espetacular em relação aos US$ 100 bilhões de dólares de valorização na bolsa, alcançada pelo Yahoo! no seu auge. Em teleconferência, os dirigentes do grupo afirmaram que pretendem reverter grande parte do produto da venda aos acionistas, mas a modalidade (compra de ações, dividendos) ainda será definida.

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A transação marca o fim de uma era para o Yahoo!, que durante um longo tempo dominou o setor, sendo depois alcançado pela concorrência. A queda aconteceu gradualmente, mas de forma irreversível. Fundado em 1994 e apresentado como “guia da web”, o grupo entrou na bolsa dois anos depois, suscitando a euforia dos investidores. A ação subiu 270% em seu primeiro dia de cotação.

Desde então, o grupo não conseguiu monetizar seus serviços e foi abandonado pelos internautas, que se dirigiram ao Google e ao Facebook. Segundo o eMarketer, a fatia de mercado do Yahoo! na publicidade online cairia para 1,5% este ano, contra 30% e 12% de Google e Facebook, respectivamente.

O grupo, que acaba de anunciar uma perda líquida de US$ 440 milhões no segundo trimestre, tentou sem êxito modernizar seus produtos e lançou um plano de última hora para a redução de 15% de seus efetivos e racionalizar suas atividades.

Perguntada sobre seus planos, Marissa Mayer, ex-promessa do Vale do Silício, afirmou que pretende continuar com o Yahoo!, mas a imprensa americana aponta sua intenção de deixar o grupo ao final da transação.

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— Quanto a mim, pessoalmente, tenho a intenção de ficar. Amo o Yahoo! e acredito em todos vocês. É importante para mim ver o Yahoo! entrar neste novo capítulo — declarou.

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