Um projeto de lei que buscava criar uma rota de estabelecimentos comerciais que apoiam a comunidade LGBTQIA+ em Criciúma foi rejeitado na Câmara dos Vereadores nesta segunda-feira (26). A “Rota da Diversidade” tinha como objetivo, segundo a vereadora Giovana Mondardo (PCdoB), autora do documento, constituir um círculo de “afinidade entre os estabelecimentos” ligados ao movimento, além de ampliar as relações comerciais e culturais com garantia de respeito na economia do município.

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O projeto teve quatro votos a favor e 10 contra. Três vereadores não votaram. Com o resultado, a proposta será arquivada.

A votação ocorreu no fim do mês do Orgulho LGBTQIA+, marcado por paradas da diversidade e outros eventos pelo país, que buscam chamar a atenção para a comunidade.

O vereador Obadias Benones (Avante) foi um dos políticos que votou contra o projeto e considerou que a proposta poderia “segregar” o comércio local.

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— O projeto consiste em uma rede de estabelecimentos amigos e apoiadores do movimento. Mas e se eu não aderir a esse movimento? Como vão me tachar? No artigo terceiro, por exemplo, a fundação iria cadastrar e selar os estabelecimentos que apoiam. Mas se eu não quero esse selo? A longo prazo, vão identificar os comerciantes como homofóbicos, ou vão obrigar eles a apoiarem o movimento. Somos uma cidade acolhedora, o comércio é aberto para todos. Se eu fizer essa distinção eu vou estar segregando a classe de empresários — argumentou.

Vozes do Orgulho LGBTQIA+ – NSC Total – Especiais

Zairo Casagrande (PDT) foi um dos quatro que votaram a favor do projeto e defendeu a aprovação.

— Se trata de um projeto alinhado ao que a gente acredita. É a inclusão e a atenção às minorias — sustentou.

A autora do projeto que buscava criar a Rota da Diversidade lamentou a não aprovação. Ela defendeu que a rejeição da proposta pelo argumento de segregar estabelecimentos seria “ignorar o quanto a comunidade LGBTQIA+ movimenta a economia”.

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