As 420 cadeiras do auditório da Assembleia Legislativa ficaram lotadas e dezenas de pessoas acompanharam em pé a última audiência pública sobre o Plano Diretor de Florianópolis. Pelo discurso de alguns vereadores e manifestações de representantes comunitários e de entidades a tramitação será mais complicada porque muitos consideram que há pouco tempo para discutir o projeto.
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A expectativa da prefeitura é aprovar o plano até o final do ano o que levou os vereadores Lino Peres (PT) e Afrânio Boppré (PSOL) a classificarem a passagem na Câmara Municipal como tramitação relâmpago. A mesma reclamação constava num panfleto entregue aos participanetes pelo vereador Doutor Ricardo (PC do B).
A prefeitura de Florianópolis não concorda que há falta de diálogo e lembra que a discussão começou há sete anos. Acrescentou que a cidade tem milhares de comerciantes que hoje estão ilegais pela falta de aprovação do texto.
O Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Dalmo Vieira, falou que foi entregue o Plano Diretor possível, que resolve muitos problemas e próximo ao ideal. Mas muitas entidades fazem coro com os vereadores e veem defeitos na proposta, caso do Crea e OAB.
Quando chegou o momento das pessoas tomarem a palavra o conteúdo dos discursos mudou. Boa parte fez reclamações pontuais sobre aspectos do plano que afetam uma pessoa ou um pequeno grupo de moradores.
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Os pronunciamentos também mostraram a divisão que existe na maneira de enxergar a cidade. Havia gente pedindo para não congelar a cidade e aqueles que protestavam contra prédios, adensamentos populacional e verticalização.
A audiência pública passou de cinco horas de duração e não capturou a atenção da maioria dos vereadores. Muitos saíram do auditórios durante os debates, outros falaram ao celular ou deixaram de prestar atenção quando as pessoas falavam. O vereador Deglaber Goulart (PMDB) chegou a colocar os óculos escuros no maior estilo CQC.