A Câmara Municipal de Florianópolis discute instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o suposto esquema de corrupção na coleta de lixo na cidade revelado pela Operação Presságio. São necessárias assinaturas de ao menos oito dos 23 vereadores para isso. Até o fim da tarde desta sexta-feira (19), seis deles haviam assinado o requerimento.
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O pedido de CPI foi protocolado pelo vereador Afrânio Tadeu Boppré (PSOL), de oposição à gestão Topázio Neto (PSD), que teve dois agora ex-secretários alvos de busca e apreensão na quinta (18).
Também assinaram o pedido os vereadores Carla Ayres (PT), Cíntia Mandata Bem Viver (PSOL), Maikon Costa (PL), Manoella Vieira (Novo) e Tânia Ramos (PSOL).
Câmara teve alvos de investigação
A própria Câmara Municipal teve alvos de busca e apreensão pela Operação Presságio. Tratam-se dos agora ex-servidores comissionados Samantha Santos Brose e Gustavo Evandro Silveira Albino, que já ocuparam outros cargos de comissão na cidade antes do caso.
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Samantha era assessora parlamentar do vereador Marquinhos (PSC), até ser exonerada horas após a operação, e também esposa do agora ex-secretário municipal Ed Pereira (União Brasil), outro alvo de busca e apreensão. Ela já havia sido nomeada para assessorar outros parlamentares, incluindo o próprio marido, no começo de 2019, em ocasião em que ele ainda era vereador.
Já Gustavo ocupava, formalmente, até aqui o cargo de secretário de comissão permanente na Comissão de Viação, Obras Públicas e Urbanismo (CVOPU), ao qual foi nomeado pela Mesa Diretora da Casa. Na prática, ele auxiliava o vereador Jeferson Backer (PSDB), que preside a CVOPU e teria indicado Gustavo à função. Gustavo também foi exonerado no mesmo dia em que foi alvo de busca e apreensão.
A Operação Presságio, conduzida pela Polícia Civil, investiga a suspeita da prática de crimes contra a administração pública, com possível envolvimento de agentes públicos municipais em conluio com particulares, tendo como foco uma licitação para coleta de resíduos sólidos.
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