A Câmara de Vereadores de Florianópolis planeja realizar audiências públicas e seminários para discutir com a população as novas regras do sistema de transporte coletivo.
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O projeto de lei que autoriza a licitação para seleção das empresas que vão operar o sistema deve ser entregue à Câmara de Vereadores nesta semana, segundo declaração do prefeito Dário Berger feita na semana passada.
Com a licitação, qualquer empresa do Brasil poderá disputar a concorrência para operar o sistema, que emprega 3 mil pessoas e que, só em fevereiro, gerou uma arrecadação de R$ 9.270 milhões e transportou 4.475 milhões de passageiros.
O contrato com as cinco empresas (Estrela, Insular, Canasvieiras, Transol e Emflotur) que atualmente operam na cidade expirou em fevereiro deste ano.
Tramitação
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De acordo com levantamento da reportagem, dos 16 vereadores, 11 concordam com a realização de licitação. Mas eles poderão propor mudanças no projeto que será enviado pela prefeitura. Caso não aprovem a licitação, podem escolher por prorrogar o contrato já existente com as empresas atuais ou municipalizar o transporte.
No projeto que chegará à Câmara, a prefeitura salienta que não tem condições técnicas, recursos humanos e dinheiro para operar o transporte. Pede também agilidade na discussão e aprovação da lei.
Em uma estimativa otimista, acredita-se que o processo licitatório – entre a aprovação na Câmara de Vereadores até a assinatura dos contratos – dure cerca de seis meses.
O projeto
O projeto de lei que autoriza a licitação do transporte coletivo na Capital altera pontos importantes da lei 034/99, que atualmente regula o sistema. Um deles está no artigo 20, que trata da “obrigação das novas empresas contratadas de manter no seu quadro funcional todos os trabalhadores já vinculados ao sistema”.
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Isto significa que os atuais 3 mil empregados do transporte coletivo não poderão ser demitidos, mesmo que uma nova empresa opere em Florianópolis. De acordo com o procurador geral do município, Jaime de Souza, esta foi uma maneira de garantir o emprego dos trabalhadores.
Na licitação, as empresas deverão concorrer por linhas e por região. Ao mesmo tempo, devem propor como farão a operação, garantindo carros novos, garagem para estacioná-los e custo do sistema acessível.
Pelo projeto, o transporte coletivo de passageiros terá prioridade sobre o individual e o comercial, condição que se estende inclusive às vias públicas.
Além disso, as concessões ou permissões serão programadas por prazo necessário a assegurar a amortização dos investimentos e a margem de retorno do concessionário. Na lei anterior, os contratos eram de 10 anos, podendo ser prorrogados por mais 10.
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