A possibilidade de alterações de tráfego na região do cruzamento entre as vias Marquês de Olinda e Ottokar Doerffel, em Joinville, foram debatidas nesta terça-feira (24) durante reunião extraordinária da Comissão de Urbanismo. A ideia vem da Secretaria de Planejamento Urbano (Sepud), que propõe mudanças na direção de mãos de ruas e a integração da rua Marajó, hoje secundária, no sistema de deslocamento da área.

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A intenção do governo com a proposta é desafogar os engarrafamentos na região. Técnicos da Secretaria afirmam que a mudança pode reduzir em quase meia hora trajetos do Centro para a BR-101 em horário de pico com a alteração.

Os vereadores mediaram o debate entre moradores da região, vindos em grupo de dez, a maioria aposentados, e os representantes da Sepud, da Secretaria de Proteção Civil (Seprot), do Departamento Municipal de Trânsito (Detrans) e da Companhia Águas de Joinville (CAJ).

Moradores questionam alterações

Os moradores da Rua Marajó, por exemplo, questionaram a alteração porque na visão deles a rua é incapaz de comportar o tráfego que ela pode receber com a mudança. A principal preocupação é com o tráfego dos ônibus vindos da rodoviária que, segundo eles, deverão subir a Marajó e descer a Marquês antes de voltarem à BR-101.

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De acordo com o secretário de Planejamento Urbano, Danilo Conti, não há data para implantação da mudança, uma vez que depende de definição da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) – responsável pelos trabalhos de sinalização. Ele lembrou ainda que as conversas sobre o tema já foram feitas com moradores locais em março, porém houve pouca adesão.

Rafael Oliveira, presente no debate, resumiu as reivindicações dos moradores presentes em ofício que foi encaminhado à Sepud no dia 19. O pedido é que o projeto priorize os moradores e haja resposta do Executivo quanto a melhorias de infraestrutura na via: como reforço asfáltico, construção de calçadas e implantação de redutores de velocidade. Ele também considera que o ideal seria a implantação de um viaduto com a abertura de uma via expressa na Ottokar.

Em resposta, Conti disse que a inclusão da rua Marajó na lista de vias principais facilitaria a obtenção de recursos pela Prefeitura para recapeamento. Redutores como tachões já estariam previstos no projeto. Para as calçadas, o secretário disse que a solução é a notificação para confecção. Conti afirmou ainda que as observações dos moradores serão analisadas e aplicadas se apresentarem melhorias no projeto.

Já quanto à ideia de uma via expressa, a manifestação veio de dois vereadores, Adilson Girardi (Solidariedade) observou que, embora parte da Ottokar próxima à rodovia federal esteja desapropriada para alargamento, ainda será necessário continuar com o processo de desapropriações. Enquanto Maurício Peixer (PR) explicou que há dificuldades para a desapropriação em razão da falta de dinheiro para esse tipo de ação.

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Tecnologia

A proposta da Sepud surgiu de um planejamento que cruzou dados do aplicativo de tráfego Waze com dados próprios da Prefeitura e permitiu encontrar os principais locais de engarrafamento em Joinville por horário, conforme explicação da gerente de mobilidade da Sepud, Taline Rolim.

Esse estudo permitiu aos técnicos da Sepud formarem uma lista de prioridades a serem resolvidas. Tanto nos períodos de tarde e manhã o cruzamento da Marquês com a Ottokar figurou na chamada “zona crítica”. Pela manhã, por exemplo, a rua Helmut Fallgater figurava nessa situação. E pela noite, o estudo destacou, entre outras, a Tuiuti.

Taline explicou que, com a decisão tomada, os técnicos se dedicaram a encontrar formas de reduzir os engarrafamentos na região, usando de drones para a coleta de informações sobre o deslocamento de veículos no cruzamento e softwares de simulação de tráfego.

Em contrapartida, o morador da rua Marajó, Martin Bachtold, de 90 anos, questionou se não havia como desviar os ônibus de passar pela via. Ele pediu também que se evitasse de trazer os ônibus para trafegar em ruas secundárias. A nova volta, pelas ruas Marajó e Marquês, a que chamou de “polimento”, aumentaria o trajeto atual dos ônibus em aproximadamente 520 metros.

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