Vereadores de Lages finalizaram o relatório da CPI que apurava mortes e irregularidades num dos principais pronto-socorros da cidade, o Pronto Atendimento Tito Bianchini. O documento encaminhado à prefeitura pede a exoneração da secretária municipal de saúde e sanções contra outros 17 servidores.

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No relatório final, concluído após seis meses de trabalho, os vereadores da comissão trazem uma série de denúncias em relação ao atendimento na unidade: foram verificadas suspeitas de negligências médicas – algumas delas possivelmente ligadas a mortes de pacientes, desvio de medicamentos, falhas no sistema de regulação de leitos e no atendimento aos pacientes.

O Pronto Atendimento Tito Bianchini, que atendeu cerca de 100 mil pessoas só em 2018, foi fechado no mês de julho e teve a demanda absorvida por uma nova UPA, inaugurada no mesmo mês.

— Nós fizemos um trabalho de visitas in loco, de diligências aos hospitais, ao pronto- atendimento, à regulação. São indícios apontados, que devem ser melhor apurados, melhor aprofundados, pra dizer realmente se houve ou não essa negligência — destacou, em entrevista à NSC TV, o vereador Mauricio Batalha, presidente da CPI, que ouviu mais de 40 pessoas durante os trabalhos.

O documento recomenda a exoneração da secretária municipal de saúde, Odila Maria Waldrich, da diretora de atenção básica, Francine Formiga, e da gerente de medicamentos, Bruna Eliane Sviercowski. Além disso, pede abertura de processos administrativos contra 15 servidores municipais.

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Outro problema apontado é o revezamento que médicos plantonistas faziam durante a noite para atender os pacientes. Por causa disso, segundo os vereadores, quando deveria haver três médicos de plantão, na realidade só havia um. A CPI também identificou um possível desvio de 1.390 medicamentos controlados. O relatório ainda vai ser encaminhado ao prefeito de Lages, Antônio Ceron, e ao Ministério Público.

"Consciência tranquila", diz secretária

Em entrevista à NSC TV, a secretária de saúde, Odila Maria Waldrich, afirmou que aguarda a investigação judicial com consciência tranquila.

— Agora nós estamos esperando quem de fato vai nos investigar, que é a Justiça, e a gente está aguardando com a consciência muita tranquila daquilo que estamos fazendo. Algumas questões são efetivamente do dia a dia, isso a gente está tentando resolver, e vamos resolver — declarou.

A diretora de Atenção Básica Francine Formiga e a gerente de medicamentos Bruna Eliane Sviercowski disseram que, por enquanto, não vão se manifestar.

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