Longe de um acordo com o movimento grevista quanto ao impasse no reajuste salarial dos servidores, a Prefeitura de Joinville pegou um atalho em um café com 13 vereadores da base governista, na manhã de quinta-feira, para garantir a aprovação da reposição oferecida pelo governo.
Continua depois da publicidade
Udo Döhler (PMDB) se comprometeu a antecipar para o mês de dezembro o acréscimo de 1,6% que seria pago somente em janeiro de 2014, conforme definido na última proposta entregue ao Sindicato dos Servidores Municipais de Joinville (Sinsej).
Como o pacote do reajuste passou a alcançar 7,25% ainda neste ano – somando também os 4% a serem pagos já na próxima folha, além de 1,56% acrescidos em novembro, mais os juros – os vereadores decidiram que vão aprovar a reposição salarial. Eles queriam garantir em 2013 números acima dos 7,16% de índice do INPC.
A reunião durou uma hora e meia. Não compareceram Adilson Mariano (PT), Odir Nunes (PSD), Patrício Destro (PSD), Levi Rioschi (PPS) e Maycon Cesar (PR), considerados de oposição. Manoel Bento (PT) também não esteve no encontro, mas teria deixado sua posição alinhada com o também petista Lioilson Correa. Porém, em conversa com a reportagem, Bento disse que prefere conversar com a bancada antes de definir seu voto.
Continua depois da publicidade
Udo conquistou a maioria necessária para encaminhar a oferta de reposição em forma de projeto. A manobra pegou o sindicato da categoria de surpresa. O presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, diz ter ficado a par da decisão do governo apenas pela repercussão na imprensa. O projeto encaminhado à Câmara, nas palavras do sindicalista, é uma estratégia do município para ganhar tempo e frear o movimento grevista.
– Só tem uma forma de acabar com a greve: aprovar o reajuste entendido como justo pela categoria -, pontua.
Uma nova manifestação dos grevistas está marcada para esta sexta-feira, às 9 horas, em frente à Prefeitura. A reposição salarial definida pela Prefeitura será colocada em votação durante o movimento. Como crê que a decisão será por dizer não à proposta de governo, Ulrich promete direcionar as pressões também para a Câmara.
Continua depois da publicidade
Apresentado no Legislativo, o projeto do reajuste salarial ainda tramitará pelas comissões de Finanças e de Legislação e Justiça. O documento deve estar pronto para votação na terça ou quarta-feira. A Prefeitura reforça que não tem intenção de alterar os números.