A maioria dos vereadores da Câmara de Blumenau votou contra o projeto de lei nº 7.859, que permitiria a realização de pedágios beneficentes no município às quartas-feiras. O pleito foi equilibrado e teve desempate após o voto do presidente da Casa, Marcelo Lanzarin. Atualmente, a prática de arrecadar doações em frente aos semáforos para entidades e ONGs é permitida no município apenas aos sábados.

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Autor da proposta, o vereador Jovino Cardoso criticou a votação e afirmou que as entidades serão as mais prejudicadas com a medida. O parlamentar alega que algumas instituições aguardam o ano inteiro para a data do pedágio e têm arrecadação baixa em caso de chuva ou feriado, o que dificulta a manutenção das suas estruturas e poderia ser compensado com outra ação numa quarta-feira.

— Essa foi a maior injustiça já cometida nessa casa. Inviabilizaram o projeto e usaram argumentos totalmente infundados. Afinal, abre o vidro (para doar) quem quer — lamenta Jovino Cardoso, que ressaltou interesse em reapresentar a proposta em "uma próxima oportunidade".

Além do autor, também foram favoráveis à proposta os vereadores Adriano Pereira, Alexandre Caminha, Almir Vieira, Cezar Cim e Professor Gilson. O voto de Ailton de Souza (Ito) foi computado como "sim", mas o mesmo pediu correção após o fim da votação alegando que se confundiu com o projeto que seria votado na sequência.

Entre os contrários à proposta, Alexandre Matias e Bruno Cunha, além de Ito, foram à tribuna justificar os seus votos. O principal motivo alegado é a saturação dos pedágios em Blumenau, de forma que entidades antigas e que precisam mais dos recursos estão recebendo menos contribuições porque há ações semelhantes em praticamente todos os sábados do ano. Houve, inclusive, sugestão para tentar identificar quais as entidades mais necessitadas dessa forma de doação.

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Outro ponto levantado entre os parlamentares é a falta de segurança de permitir a realização de pedágios em dias de semana, quando geralmente o trânsito está mais intenso na região central. Também votaram contra a proposta os vereadores Jens Mantau, Marcos da Rosa, Oldemar Becker, Sylvio Zimmermann, Zeca Bombeiro e o presidente Marcelo Lanzarin.