A Comissão Especial de Saúde da Câmara de Joinville foi ampliada por mais 30 dias com objetivo de levantar mais dados que possam apontar onde está a falha no sistema público da cidade. Nesta quarta-feira (24), completa-se exatamente um mês da primeira ação efetiva por parte dos vereadores, que buscam respostas para a superlotação em unidades de saúde, além da falta de medicamentos e outras demandas.

Continua depois da publicidade

Acesse para receber notícias de Joinville e região pelo WhatsApp

A ampliação deste prazo é protocolar e já estava prevista caso houvesse necessidade. Em entrevista ao A Notícia no mês de abril, o vereador Cláudio Aragão (MDB), presidente da comissão, apontou que, além de visitas surpresas em UPAs e postos, seriam feitos pedidos de dados e também convites de oitivas a servidores que ocupam cargo de chefia na pasta, como o ex-secretário Andrei Kolaceke a atual secretária Tânia Eberhardt.

Mas, segundo o vereador, há “vários requerimentos” feitos à prefeitura que não foram respondidos. Procurado pelo AN, no entanto, o município, por meio da Secretaria de Comunicação, respondeu estar dando prioridade em todas as requisições da comissão, mas há dados que são pedidos de anos anteriores que não constam no sistema e, por isso, argumenta ser “humanamente impossível” consegui-los no prazo dado de sete dias, já que o levantamento, em alguns casos, é feito manualmente.

— Muitas coisas demos uma espremida. O relatório vai ser grande, detectamos onde está a falha da saúde pública, onde que eles erraram. Tem uns erros graves assim, que não deveriam ter cometido. Em time que está se ganhando não se mexe, não nas pessoas, mas o jeito que estava fazendo. Mudaram o jeito e piorou três vezes — destaca o vereador.

Continua depois da publicidade

Apesar da constatação, Aragão não deu detalhes sobre as possíveis “falhas”. Após ser concluído, o documento será encaminhado Ministério Público e também ao Poder Judiciário.

A prefeitura também confirmou que Tânia Eberhardt, alguns diretores, gerentes e coordenadores da Saúde já participaram e foram ouvidos pela comissão e, sempre que o município é solicitado, atende as demandas.

Próximos passos

Nos próximos 30 dias, segundo Aragão, os vereadores devem fazer mais visitas surpresas em unidades das regiões Norte, Leste e Oeste, já que iniciaram os trabalhos pela zona Sul. Além disso, há a possibilidade de ser convocada uma audiência pública.

O vereador, que há algum tempo faz críticas da gestão de Adriano Silva (Novo) na Saúde, acredita fortemente que a troca chefia na pasta, ocorrida há um mês, foi uma consequência da criação da comissão de acompanhamento. Para ele, falta “gestão e comunicação” no governo atual.

Continua depois da publicidade

Inicialmente, o parlamentar havia ventilado a possibilidade de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, mas, mesmo com os votos necessários, não apresentou o requerimento. Em vez disso, portanto, foi instalada uma Comissão Especial, que possui menos atribuições e poderes que uma CPI.

Leia também

Joinville chega a 10 mil casos confirmados de dengue em 2023

Em testes, radar meteorológico de Joinville entra em operação em junho

Sindicato de Joinville aponta déficit maior de servidores e cobra concurso “imediato”