Cleber Miranda de Souza, de 36 anos, vereador eleito pelo Partido Progressista (PP) em Ponte Alta, na Serra Catarinense, e preso na última quarta-feira por suspeita de furto de gado, já saiu da cadeia. Ele foi liberado na quinta mediante pagamento de fiança e jura inocência.
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Cleber e seu pai, proprietários de açougues em Ponte Alta e na vizinha Correia Pinto, foram presos pela Polícia Civil após investigações que apontaram os dois e um terceiro homem, morador de Otacílio Costa, como envolvidos em um suposto esquema de furto de aproximadamente 15 animais no início do mês, no interior de Ponte Alta.
A operação policial ocorreu na quarta-feira em parceria com a Vigilância Sanitária, que apreendeu 800 quilos de carne sem registro de procedência, carimbo de inspeção e acondicionados de maneira inadequada nos dois açougues.
Na ocasião, segundo o delegado Fabiano Henrique Schmitt, Cleber e seu pai foram presos em flagrante por crime contra as relações de consumo (artigo 7º da lei 8.137, de 27 de dezembro de 1990). O terceiro suspeito foi preso por posse ilegal de arma.
Sete animais foram recuperados em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, e os brincos de identificação foram reconhecidos pela Cidasc como sendo dos animais furtados. Além dos crimes pelos quais foram presos, os três suspeitos, ainda segundo o delegado, responderão também a processo por abigeato, como é chamado o furto de gado (furto qualificado), com pena de dois a oito anos de reclusão.
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Em entrevista concedida por telefone na tarde de quinta-feira ao Diário Catarinense, Fabiano Schmitt disse que os suspeitos estavam no Presídio Regional de Lages. Na manhã desta sexta, Cleber e seu pai foram localizados pela equipe de reportagem da RBS TV Centro-Oeste em frente ao açougue de Correia Pinto.
Ambos admitiram que compraram a carne apreendida diretamente de produtores da região, daí a ausência de registro de procedência e carimbo de inspeção. Com relação ao acondicionamento errado, os dois justificaram ter sido em função de uma queda de energia que deixou a região sem luz por quatro horas, o que provocou a deterioração da carne justamente quando ocorreu a operação da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária.
– É uma injustiça. Não temos nada a ver com furto de gado, e serei empossado normalmente no dia 1º de janeiro -, garantiu Cleber.