Um vereador de Içara, no Sul de Santa Catarina, está entre os suspeitos investigados pela operação desencadeada pela Polícia Civil que apura o uso de documentos técnicos falsos para a realização de obras públicas. Nesta manhã (1º), ao menos 11 mandados de busca e apreensão foram realizados em Içara e em Criciúma. 

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De acordo com o delegado João Westphal, Coordenador Estadual da Delegacia de Combate à Corrupção da Polícia Civil de Santa Catarina. um dos mandados foi cumprido no gabinete de um vereador. O nome dele e detalhes da participação dele no esquema, no entanto, não foram divulgados pela polícia. 

— Apreendemos uma quantidade interessante de documentos e, agora, o inquérito segue para a fase final — pontua. 

Além do político, são alvos da investigação servidores públicos e empresários da região. As buscas foram feitas nas empresas investigadas e na Câmara de Vereadores de Içara.

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Denominada de Garau – em alusão ao artista Salvatore Garau, que conseguiu leiloar uma obra que não existia – o inquérito apura suspeitas de crimes de fraude à licitação, associação criminosa e uso de documentos falsos. 

De acordo com as investigações, que iniciaram em fevereiro, uma empresa obteve atestados de capacidade técnica de obras que não existiram. Com isso, ela teria conseguido vencer um processo licitatório para realizar obras vinculadas ao Samae de Içara.

A operação foi feita pela Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção da Polícia Civil, Laboratório de Lavagem de Dinheiro da DEIC, com apoio da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro e Delegacia de Crimes Fazendários e das delegacias de Criciúma e Içara.

Por meio de assessoria, a Prefeitura de Içara informou que deve se manifestar ainda nesta quinta-feira sobre o caso. 

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Em nota, a Câmara de Vereadores informou que a operação não tem ligação com o Poder Legislativo e que as buscas ocorreram apenas no gabinete do vereador envolvido no caso:

“A Câmara Municipal de Içara vem a público esclarecer sobre a operação “Garau” da Delegacia de Combate à Corrupção da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC/PCSC), que apura fraudes em licitação, desencadeada no município na manhã desta quinta-feira, dia 01/09. Informa que o processo licitatório que está sendo investigado é de outubro de 2019 no Poder Executivo, não possuindo qualquer responsabilidade do Poder Legislativo. Sendo que a Câmara Municipal recebeu a presença dos policiais, apenas para verificar o gabinete de um vereador específico. A Câmara Municipal reforça que as investigações não possuem relação com os trabalhos legislativos, e não compactua com quaisquer ações fraudulentas e reitera o compromisso com a transparência pública”.

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