Projeto apresentado pelo vereador Deglaber Goulart (PMDB) quer que cinemas, shoppings, restaurantes e locais de diversão criem banheiros unissex. O opositor e ativista da causa gay Tiago Silva (PDT), diz que o projeto é o apartheid do século XXI.

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Na justificativa do projeto, Deglaber cita o caso em que o cartunista Laerte Coutinho entrou no banheiro feminino de uma padaria e foi repreendido pelo dono do estabelecimento por ter constrangido uma mulher que estava dentro do banheiro.

– Estamos atualizando a cidade nos moldes que necessitam as coisas – diz Deglaber, se referindo a avanços do movimento gay, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

No documento apresentado para a votação, Deglaber classifica como opressão os direitos civis conquistados pelos gays em sua justificativa. Tiago classifica o projeto como um reforçador de preconceitos. Questionado da possibilidade de se aumentar os casos de homofobia contra as pessoas por conta do uso de banheiros unissex, Deglaber diz que o uso é opcional. Ele explica que seu projeto também não proíbe o uso do banheiro feminino por homens.

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– Enquanto vereadores, temos coisas muito mais importantes para discutir. Esse projeto é só mais um modo de discriminar, daqui a pouco teremos que ter ônibus só para a comunidade gay – rebate Tiago.

O projeto ainda não foi recebido por nenhuma comissão, mas Deglaber acredita na sua aprovação. Para ele, não existe nenhuma maldade e garante só querer ajudar. Já Tiago, diz não duvidar da aprovação do projeto, por conta do perfil conservador da casa.

– Tudo é possível, aqui é a casa da magia – diz o pedetista, em referência à Câmara de Vereadores.

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Projeto é cópia integral de proposta paulista

Deglaber não foi o primeiro vereador a apresentar um projeto para a criação de banheiros unissex. O vereador Carlos Apolinário (DEM), da capital paulista, também quis que se criassem a terceira opção de sanitários públicos em 2012 (logo após o caso de Laerte). Todos os pontos são iguais, exceto no que se refere à cidade onde seria aplicado. Inclusive a justificativa é integralmente igual.