O vereador Pedro de Assis, o Pedrão (PP) acusou a Prefeitura de Florianópolis de arcar com um custo de mais de R$ 58 mil por mês para manter o presidente da Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap), Carlos Alberto Martins, o Carlão.

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Segundo a denúncia feita pelo vereador, baseado em um boleto da prefeitura que ele diz ter tomado conhecimento nesta segunda-feira (28), o valor se refere a salário e encargos pagos pelo município para ter o funcionário da Celesc cedido ao cargo (R$ 48.728,96), além da verba de representação pelo ocupação atual (R$ 9.450,00).

– Isso não significa que o presidente da Comcap ganha isso por mês, mas que ele custa aproximadamente R$ 60 mil por mês para Florianópolis – diz Pedrão.

O questionamento do vereador é o motivo que o município escolheu uma pessoa com um custo tão alto em um momento de situação financeira delicada, alegando que o valor total equivale a duas vezes o salário pago ao presidente da República.

– O custo deste funcionário será de R$ 3 milhões em quatro anos. A prefeitura acabou de pegar um empréstimo de R$ 3,5 milhões para comprar dez caminhões novos para a Comcap – alega o pepista.

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Segundo Carlão Martins, o salário dele é recebido pela Celesc, que tem o valor ressarcido pela prefeitura. A remuneração, de acordo com o presidente da Comcap, seria um pouco menor do que ele receberia como técnico da Celesc, pois ele não está recebendo adicional de periculosidade atualmente.

– Eu vim como um “soldado” do prefeito – diz Carlão Martins.

Martins acredita que a escolha pelo seu nome para a Comcap se deu por “experiência e conhecimento” que ele agregaria ao cargo.

– O Pedrão é político, vive de Facebook. Eu vivo trabalhando, e bastante. Se é para fiscalizar, vamos fiscalizar tudo. Que tal começar pelo gabinete dele (do vereador)? – comenta o presidente da Comcap.

Nota de resposta da prefeitura:

Os problemas administrativos e de gestão da Comcap sempre foram um tabu a ser enfrentado pela Administração Municipal. Antes mesmo de assumir o cargo, o prefeito Gean já vinha estudando maneiras de mudar a Comcap e torná-la mais sustentável financeiramente. Recebemos várias propostas de consultoria empresarial, e quem milita nesta área sabe que são custos milionários. A situação da Comcap era delicada e o prefeito, então, decidiu por procurar alguém no mercado, com experiência e competência para ser o presidente-interventor da Comcap, alguém de fora que pudesse identificar os vícios e problemas internos da Companhia. Foi então que o Carlos Alberto Martins foi convidado, já que foi gestor da Celesc, uma empresa que também teve que reformular todos os seus processos para voltar a crescer e ser sustentável. O Carlão veio para intervir e implantar na Comcap uma gestão mais profissional e menos política. No início, a ideia era dos custos do servidor ser da Celesc. Passaram alguns meses a frente da Companhia, houve a negativa por parte da empresa de origem. Como o profissional já estava implantando as medidas necessárias para sanar a Comcap, no meio de todo o processo, o prefeito decidiu por manter, temporariamente, até que todo o planejamento de mudança na Comcap fosse efetuado. De fato, a Comcap depois de décadas iniciou o processo de modernização e profissionalismo na sua administração. Desde que Carlão assumiu e interviu na Companhia, o município já economiza mais de R$ 50 milhões para os próximos meses. A vinda do Carlão sempre foi tratada como temporária, tanto que é denominado presidente-interventor. A missão dele é vir, arrumar a casa e entregar uma nova Comcap para a cidade. Isso vem acontecendo e as metas vem sendo cumpridas. Nem é o objetivo do interventor se manter na Companhia após isso.?

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Confira a reportagem:

Ouça as entrevistas na íntegra: