Um vereador eleito em Ponte Alta, município da Serra Catarinense com aproximadamente cinco mil habitantes e distante 45 quilômetros de Lages, foi preso por suspeita de participação em furtos de gado em fazendas da região.

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Cleber Miranda de Souza (PP), de 36 anos, foi um dos nove vereadores de Ponte Alta eleitos em 7 de outubro e diplomados no último dia 18. Agora, ele está no Presídio Regional de Lages junto com o pai e outro homem, que teriam participação no esquema.

O delegado Fabiano Henrique Schmitt conta que o caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil após o furto de 15 animais, no início deste mês, no interior de Ponte Alta. As investigações apontaram para o suposto envolvimento de Cleber e do pai dele, ambos proprietários de um açougue em Ponte Alta e outro na cidade vizinha de Correia Pinto, e de um terceiro homem, morador de Otacílio Costa, também na Serra.

Mediante os indícios, dentre os quais, brincos de identificação de alguns animais furtados que foram localizados pela polícia e reconhecidos pela Cidasc, a Justiça expediu mandados de busca e apreensão, cumpridos na manhã de quarta-feira numa operação entre a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária nas residências, propriedades rurais e açougues dos suspeitos.

Sete animais foram recuperados no interior de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí. Os demais, segundo o delegado, provavelmente foram abatidos para comercialização da carne nos açougues de Cleber e seu pai.

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Os dois foram presos em flagrante por crime contra as relações de consumo pelo fato de a carne apreendida nos açougues, num total de 800 quilos, não ter registro de procedência, carimbo de inspeção e sequer estar acondicionada de maneira adequada.

Os dois açougues foram temporariamente interditados. O outro homem foi preso em Otacílio Costa por posse ilegal de arma. Os três suspeitos estão à disposição da Justiça no Presídio Regional de Lages e, além dos crimes pelos quais foram presos em flagrante, serão processados por furto de gado, conhecido como abigeato e que prevê pena de dois a oito anos de cadeia.

Ao ser informada do caso na tarde desta quinta-feira pela Polícia Civil, a reportagem do Diário Catarinense tentou contato com algum representante de Cleber, mas o nome dele não consta na lista telefônica e ninguém foi localizado na Câmara de Vereadores de Ponte Alta.