O vereador da Câmara de Lages Adilson Appolinário (PROS) e o diretor administrativo da Casa, Clodoveu Ribeiro, tiveram parte dos bens bloqueados pela Justiça estadual, que acatou uma ação movida pelo Ministério Público de Santa Catarina. Ambos são acusados de improbidade administrativa por receberem ilicitamente parte do salário de um funcionário comissionado do gabinete do parlamentar.
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O juiz Silvio Dagoberto Orsatto, da Comarca de Lages, determinou a indisponibilidade de bens no valor de R$ 8,4 mil de cada um dos suspeitos, além de sentenciar que Ribeiro seja afastado do cargo de diretor administrativo. Já o vereador, que foi presidente da Câmara entre dezembro de 2014 a novembro de 2015, deve continuar no cargo.
A investigação do MP aponta que entre novembro de 2013 a dezembro de 2014 um assessor parlamentar do gabinete de Appolinário foi coagido a desembolsar R$ 600 por mês de seu salário para entregar ao vereador e ao diretor administrativo. O funcionário recebia mensalmente algo em torno de R$ 1,8 mil e afirmou aos investigadores que efetuava o repasse por ter medo de perder o emprego.
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O magistrado acolheu o pedido e reforçou que imagens contidas em DVDs, entregues pelo MP, comprovavam as irregularidades cometidas pelo parlamentar e diretor. O afastamento de Ribeiro, justificou o juiz, foi para impedir que o diretor pudesse ”prejudicar a instrução processual, por coação aos servidores da câmara”.
”Na hipótese dos autos, está caracterizada a pratica de ato improbo por Clodoveu Ribeiro, sob a determinação do vereador Adilson Apolinário, exigia parte do salário do assessor todo mês no período de novembro/2013 a dezembro/2014, além disso, há informações nos autos que mais de uma oportunidade o réu Clodoveu proferiu ameaças contra o assessor no intuito de repasse da importância de R$ 600,00”, escreveu o juiz na sua decisão.
A sentença foi despachada no último dia 17 de dezembro. Os acusados, a partir desta data, têm 15 dias para apresentarem suas defesas à Justiça. Appolinário afirmou “não haver cabimento” para a acusação e diz que a situação começou com um desentendimento entre o servidor comissionado e o diretor administrativo.
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– É uma situação triste, de um desentendimento entre os dois que acabou respingando em mim – disse o parlamentar. Seu advogado de defesa diz que irá esperar o fim do recesso para ingressar com um recurso no Tribunal de Justiça.
Até as 18h45min a reportagem não havia localizado Clodoveu Ribeiro.