Uma noite foi o suficiente para que o vereador Maurício Peixer (PSDB) e o integrante do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comde) Mário César da Silveira se arrependessem de ter protagonizado, na última terça-feira, uma discussão que quase virou pancadaria no plenário da Câmara de Joinville.
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Arrependidos, os dois conversaram nesta quarta pela manhã ao telefone, se justificaram e até propuseram um encontro para discutir o assunto que os levou ao desentendimento: a legislação sobre as calçadas.
Na sessão de terça, enquanto Maurício Peixer explicava na tribuna os motivos pelos quais mudou de posição em relação ao projeto do vereador Roberto Bisoni, que autoriza o rebaixamento das calçadas para transformar os espaços em frente aos estabelecimentos comerciais em estacionamento, Silveira, que estava sentado na primeira fila da plateia, fez um sinal obsceno e insinuou que o vereador estaria prejudicando quem luta pelas regras de acessibilidade. Como presidente da Comissão de Legislação da Câmara, Peixer tinha se posicionado contra o projeto, mas acabou votando a favor da alteração na lei.
– Tomei uma atitude intempestiva na hora que o Maurício foi falar. Ele citou o conselho e olhou pra mim – disse Silveira.
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– Houve um excesso, não queríamos que isso acontecesse. Estamos arrependidos disse Peixer, que tomou a iniciativa de ligar para Silveira logo pela manhã.
O incidente, que assustou os comerciantes que estavam no plenário e tiveram que conter os ânimos para impedir uma briga, não deve ter consequências futuras. Ambos pretendem participar normalmente das futuras discussões sobre a legislação. E de cabeça fria.
Mário César da Silveira, integrante do Comde
AN – O que houve? Qual foi o estopim da discussão?
Mário César Silveira – Eu tomei uma atitude intempestiva na hora que o Maurício foi falar. Ele citou o nome do conselho e olhou pra mim. Eu fiz um sinal pra ele e disse ‘ você f. conosco’.
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AN- Mas o senhor sabe que não pode…
Silveira – A atitude mais coerente seria ele pedir que me tirassem do recinto. Mas ele me ameaçou para ir pra fora. Não pretendo, de forma alguma, usar o destempero contra o Maurício Peixer. Fui o ator provocativo. Estava lá como técnico. Não gostaria que minha atitude se transformasse em um constrangimento para ele.
AN – Vocês já conversaram?
Silveira – Sim. Ele me ligou de manhã. Vamos aproveitar o momento para conversar sobre as calçadas, criar um debate importante sobre a importância das calçadas na cidade.
Maurício Peixer (PSDB), vereador
AN – O que houve, vereador?
Maurício Peixer – Já conversamos hoje de manhã. Foi uma discussão. Mas já está resolvida.
AN – Não lembro de ter visto o senhor se descontrolar assim antes na Câmara…
Peixer – Houve um excesso, não queríamos que isso acontecesse. É um acúmulo de coisas. Sou presidente do partido. Há pressões, o governo está passando por problema de reestruturação. Estou apoiando o governo na Câmara. Também tem problemas pessoais, particulares. Foi o calor da discussão.
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AN – E agora?
Peixer – Já marcamos uma reunião para fazer um projeto melhor do que este. Somos pessoas do bem. Maduramente, já conversamos e vamos nos reunir. Estamos arrependidos.