Uma operação deflagrada na tarde desta quarta-feira cumpriu um mandado de busca e apreensão na Câmara de Vereadores de Içara, no Sul do Estado. O alvo era o gabinete de um vereador da cidade, que não teve o nome revelado pelo Ministério Público por figurar na condição de investigado. A assessoria jurídica e o presidente da Câmara acompanharam a ação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Criciúma, pois o investigado não estava no local.

Continua depois da publicidade

Foram levados computadores e documentos que podem comprovar a compra de votos e o crime de peculato desvio, pois a suspeita é de que o vereador se apropriava de parte do salário de um assessor e de um ex-funcionário do Executivo, indicado por ele, para pagar dívidas de campanha. O trabalho de investigação, iniciado em 2014, diz respeito à campanha de 2012 para o pleito municipal, e essa parte do processo foi encaminhada à Polícia Federal, que investiga crime eleitoral.

Escutas telefônicas e quebra de sigilo bancário também foram utilizados pela investigação para confirmar as suspeitas contra o vereador. Seis pessoas são investigadas e uma prestou depoimento como testemunha. O vereador foi ouvido no início da noite. Até o momento, ninguém foi preso.

— O vereador se apresentou espontaneamente e não foi preciso fazer a sua condução coercitiva — explica o promotor da 2ª Promotoria de Justiça de Içara, Marcus Vinicius de Faria Ribeiro, responsável pelo caso.

Continua depois da publicidade

Além da acusação por peculato desvio, quando um servidor público desvia ou utiliza recursos públicos para outros fins que não os destinados, o grupo pode ser acusado de formação de quadrilha, caso o vínculo entre eles seja confirmado. Os nomes de todos os envolvidos na investigação são mantidos em sigilo pela justiça.

De acordo com o Promotor de Justiça e coordenador do Gaeco, Mauro Canto da Silva, além do Gaeco Criciúma, também participaram da ação policiais de Florianópolis e dois técnicos em informática. A Operação Confidentia, do latim “confiar”, deve ser concluída em até dois meses.