O vereador de Brusque Jocimar Santos (DC) foi preso por suspeita de rachadinha após se afastar do cargo por um mês para tratar de assuntos pessoais. Conforme a denúncia, o parlamentar teria exigido do suplente que ficou no lugar dele metade do salário que o substituto receberia. Ele foi detido no momento em que buscou o dinheiro, que totalizava R$ 1.750.
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A vítima teria procurado o Ministério Público e relatado o que estaria acontecendo. O órgão, então, abriu uma Notícia de Fato Criminal na quarta-feira (29). De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele contou que antes mesmo de assumir o cargo foi abordado por Jocimar, que teria exigido metade do salário.
O titular pediu o afastamento no mês passado. Segundo informações da assessoria de imprensa da Câmara, o suplente assumiu o ofício no último dia 21 de novembro e ficaria, em princípio, até 20 de dezembro, já que na sequência será o período de recesso legislativo.
O salário dos vereadores de Brusque é de R$ 12,5 mil, mas como o substituto trabalhou menos de duas semanas até agora, a folha teria sido de pouco mais de R$ 3 mil. A metade, então, deveria ser entregue ao suspeito.
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Na noite desta quinta-feira (30), ao combinar um lugar para fazer a entrega do dinheiro, já com o acompanhamento do Gaeco, Jocimar foi flagrado recebendo a quantia. A Polícia Civil diz que há imagens que comprovam o esquema, já que o vereador suplente filmou o episódio e conversas.
O denunciante foi ouvido e liberado. Já o segundo parlamentar foi autuado por peculato, que é quando um servidor se apropria de dinheiro público para proveito próprio. O Ministério Público explicou que aguarda o auto de prisão em flagrante para que o episódio “possa ser analisado com profundidade”.
Contraponto
A reportagem da NSC não conseguiu contato com a defesa de Jocimar desde a manhã desta sexta-feira.
O vereador passou por audiência de custódia à tarde. Às 18h, a Justiça informou que ele teve a liberdade concedida mediante pagamento de fiança no valor de R$ 39,6 mil, montante que pode ser parcelado em duas vezes. O parlamentar terá de usar tornozeleira eletrônica e está proibido de ir à Câmara, bares e boates. Também não pode manter contato com vereadores e suplentes.
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O que diz a Câmara de Vereadores
Em nota, a Câmara ressaltou que está à disposição para ajudar nas investigações e que “já está tomando todas as medidas cabíveis de apuração e punição na esfera legislativa”. Ainda não se sabe o que será feito em relação ao parlamentar.
Na próxima semana, o presidente da Casa, Cassiano Tavares (Podemos) deve trazer mais detalhes do que será feito.
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