O vereador progressista Cézar Cim foi denunciado por contratar dois assessores – que deveriam trabalhar na Câmara – para trabalharem em seu escritório particular de advocacia em Blumenau. De acordo com a denúncia feita pelo vereador Jefferson Forest (PT), o prejuízo aos cofres públicos podem ultrapassar R$ 70 mil entre os anos de 2014 e 2015. O petista encaminhará cópia da denúncia ao Ministério Público e solicitará que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa investigue a situação.

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De acordo com o documento encaminhado à Presidência da Casa, Cim teria contratado uma assessora com um salário de R$ 4.365,45 para atuar na Câmara por um ano a partir de maio de 2014. Para embasar a denúncia, Forest usou prints – cópias das postagens nas redes sociais – em que a funcionária declarava que os chefes eram os filhos de Cézar João Cim, em seu escritório de advocacia. Forest também cita momentos em que a assessora fazia check-in – publicava sua localização exata nas redes sociais – no escritório, no momento em que deveria estar cumprindo expediente na Câmara.

– É triste revelar uma situação desta natureza. É a função dos vereadores fiscalizar o recurso público e nós fizemos o nosso trabalho. Esse tipo de situação prejudica a imagem do parlamento, que poderia estar em uma pauta mais positiva – constata Forest.

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Forest explica que o fato chegou em seu gabinete através de denúncias externas e sua equipe trabalhou no assunto por cerca de 60 dias analisando imagens das câmeras de segurança – que em nenhum momento mostraram a assessora na Câmara – antes de torná-lo público. O petista quer que o Conselho de Ética da Câmara questione os dois assessores – o segundo teria sido contratado após a exoneração da assessora, em maio de 2015 – envolvidos no caso e outros funcionários da Casa sobre suas frequências de trabalho. A denúncia está sendo analisada pela Corregedoria do Legislativo.

Vereador afirma que assessora cumpria demandas políticas

O vereador Cézar Cim afirma que a assessora da Câmara atuava como sua secretária particular muitas vezes em seu escritório de advocacia, localizado no Centro de Blumenau. No entanto, garante que ela ocupava-se somente de demandas políticas, já que a comunidade não o procura em seu gabinete, mas em seu escritório.

De acordo com ele, a funcionária o acompanhava em agendas políticas, desenvolvia ações sociais e coordenava a doação de seu salário de vereador a entidades filantrópicas. Cim garante que todos os atendimentos políticos feitos por ela no escritório estariam registrados em documentos.

– Se houve irregularidade é eu não ter comunicado à mesa desta situação. Vamos parar de demagogia e hipocrisia pois o vereador tem que atender a comunidade onde é melhor para ela – defendeu-se.

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Em plenário, o vereador Jefferson Forest também denunciou que Cim recebia mais do que o teto constitucional, R$ 33.763, referente ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Cim, que acumula os salários do Ministério Público, Câmara de Vereadores e Furb, defende-se dizendo que a legislação não permite apenas que o total seja proveniente de uma mesma instituição.