O vereador Andrea Matarazzo anunciou, na manhã desta sexta-feira, sua desfiliação do PSDB, partido do qual era filiado desde 1993. O agora ex-tucano disputava as prévias da legenda que definirá o nome do candidato da sigla na disputa pela prefeitura de São Paulo. A decisão foi tomada depois que o Diretório Estadual do PSDB reverteu, na quinta-feira, o adiamento do segundo turno das prévias. A votação acontecerá no domingo e terá apenas um candidato, o empresário João Doria Jr.

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O vereador deixou aberta a possibilidade de se filiar ao PSD, partido que é comandado pelo seu amigo e aliado Gilberto Kassab, ministro das Cidades.

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— Não me resta outra alternativa senão me desfiliar do PSDB. Essa foi uma decisão solitária minha — disse Matarazzo, em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira, na Câmara Municipal.

Quando indagado sobre a possibilidade de migrar para o PSD, partido que sinalizou apoio a uma eventual candidatura sua, Matarazzo foi evasivo:

— Cada dia a sua agonia.

Na entrevista, Matarazzo acusou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de ter utilizado a máquina pública para promover a pré-candidatura de João Doria. Segundo Matarazzo, o uso da máquina ocorreu por meio da pressão política exercida pelos secretários da administração estadual.

— Não tem porque eu legitimar uma fraude.

Matarazzo também fez duras críticas a João Doria.

— O outro candidato trata nossa militância como senhor feudal. Ele é uma piada pronta.

Nas últimas eleições municipais, Matarazzo recebeu 137 mil votos e foi o vereador mais votado do PSDB em todo o país.

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— A ala liderada pelo governador Geraldo Alckmin não me deixou outra alternativa.

O parlamentar, que era líder do PSDB na Câmara, questionou o futuro político de Alckmin.

— O governador vai ficar no partido depois dessa cizânia? Não sei.

A desfiliação de Matarazzo ocorreu por meio de uma carta protocolada no partido e endereçada ao presidente do Diretório Municipal, vereador Mario Covas Neto. E em um texto de três páginas, ele afirma que o processo de prévias foi “completamente contaminado pelo arranjo do pré-candidato João Doria”. Ainda segundo a carta, houve “flagrante uso da máquina estatal” para auxiliar o empresário.

“Mais grave, antecipando a campanha presidencial de 2018, com o cabo eleitoral passando ao largo dos interesses locais”.

Em outro trecho, o vereador afirma que “estão todos em risco”. O texto se encerra com exaltação à história do PSDB.

“O PSDB ainda é um partido formado por uma parcela de pessoas dignas, militantes dedicados e batalhadores, mas que foram atropelados por essa forma arcaica, atrasada de se fazer política”.

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*Estadão Conteúdo