Os R$ 220 milhões conseguidos pelo governo do Estado com a União para recuperação dos estragos causados pela chuva em Santa Catarina devem ser liberados nesta semana.

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O dinheiro será usado na recuperação de rodovias, patrimônio público destruído, pontes, e na construção de casas no Vale do Itajaí.

– Nesta quarta-feira devemos assinar o empenho deste dinheiro. O Estado fará as obras em cada município conforme a documentação dos pedidos for aprovada – garantiu Geraldo Althoff, secretário de Articulação Nacional e coordenador do Grupo Reação, órgão responsável por reunir e defender todas as demandas do Estado relativas à enchente.

Agora, dos R$ 360 milhões previstos para o Estado na Medida Provisória 448, faltam apenas R$ 23 milhões para serem empenhados. O restante já veio (R$ 45 milhões para a Defesa Civil e R$ 71 milhões para o Deinfra). Do total, estão inclusos os R$ 38 milhões anunciados pela prefeitura de Blumenau na semana passada.

Mesmo com a garantia da vinda deste dinheiro, o próprio Althoff reconhece que é pouco:

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– Esse dinheiro não vai cobrir todas as necessidades dos municípios. Para isso os prefeitos terão de buscar convênios com outros órgãos – orientou.

E é isso que Blumenau e outros municípios do Vale estão fazendo. Desde o início do ano são elaboradas propostas a outros ministérios do governo federal e à entidades privadas nacionais e internacionais. Blumenau, por exemplo, tem um projeto no Ministério das Cidades para recuperação e obra de contenção da calha do Rio Itajaí-Açu, no valor de R$ 9,5 milhões. Esta proposta tramita desde o dia 19 de janeiro e continua sem resposta.

Com o dinheiro que veio até agora, os municípios do Vale conseguiram atuar principalmente na manutenção. A reconstrução propriamente dita ainda não começou.

Prefeitos do Vale fazem peregrinação a Brasília

A demora na liberação dos pedidos tem obrigado os prefeitos do Vale do Itajaí a cumprir uma verdadeira peregrinação a Brasília.

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Assim como o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing (DEM), que desde dezembro tem ido à capital federal e estadual praticamente todas as semanas, o chefe do Executivo de Luís Alves, Viland Bork (PMDB), está cansado de pedir ajuda:

– Não sei mais para onde partir. O tempo está passando e o povo não quer mais sacolão. Quer voltar à vida normal – disse.

A lentidão, segundo o secretário de Articulação Nacional, Geraldo Althoff, está diretamente relacionada à burocracia.

– O processo burocrático continua o mesmo, independente da situação emergencial. E nós só conseguimos empenhar este dinheiro porque fomos extremamente persistentes – argumentou Althoff.

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