A renovação do asfalto em mais de 79 quilômetros de ruas em Joinville (mesma distância até Itapoá) já faz parte de um projeto mapeado pela Prefeitura. O que falta, por enquanto, é sinal verde para obter a verba.

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Até que seja dada a largada para as máquinas trabalharem, o município deverá garantir, primeiro, o financiamento de R$ 20 milhões junto à Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc).

A previsão é de que o montante cubra as operações de recapeamento em 110 vias – há trechos divididos em mais de uma parte – além dos serviços necessários para a sinalização complementar. Ainda tramita na Assembleia Legislativa de SC (Alesc) um projeto de lei que precisa ser aprovado antes da liberação do financiamento.

O prazo de apreciação do documento vai até o próximo dia 3. Assim que o dinheiro chegar, a maior parte vai para a rua Dona Francisca. Ela terá 7,8 quilômetros recapeados, com R$ 1,4 milhão investido.

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– Levantamos os principais problemas de pavimentação e fizemos uma ordem de prioridade que considera as ruas por onde passa o transporte coletivo -, destaca o secretário de Infraestrutura, Romualdo França.

Na lista de vias que receberão investimentos acima de R$ 500 mil também estão a Minas Gerais, 15 de Novembro, Marechal Hermes e Campos Salles. A estimativa, diz Romualdo, é de que cada trecho recuperado ganhe uma sobrevida de cerca de sete anos.

– Se existisse no Brasil uma cultura preventiva, de fazer a aplicação do microasfalto sem o desgaste total do pavimento, a duração seria de até dez anos. Ocorre que os pavimentos da cidade já têm muitas fissuras e infiltrações. Pelas condições atuais, a duração fica reduzida -, aponta.

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Sinalização será planejada depois

Como o trâmite legal do financiamento não depende só do município, falar em prazos para que as obras saiam do papel ainda pode ser um exercício de futurologia na Prefeitura de Joinville.

Mas em experiências anteriores, observa o diretor-presidente do Ippuj, Vladimir Constante, o processo inteiro de financiamentos via Badesc ficou na casa de dez meses. Tempo da assinatura do financiamento até as ordens de serviço após as licitações.

– Serve de referência, mas a expectativa é de que consigamos começar em tempo menor -, avalia.

Segundo Vladimir, a sinalização complementar das obras será planejada só após a obtenção dos recursos. O documento protocolado no Badesc prevê R$ 2,7 milhões de gastos com sinalização. Como será feito apenas o trabalho de recape, não haverá necessidade de novas placas, por exemplo.

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– Fica mais caro onde temos ciclofaixas, corredores de ônibus, tachões ao longo do trecho. Antigamente, a Prefeitura assumia esse investimento e oferecia a sinalização como contrapartida. Não temos mais condições de fazer isso por causa da quantidade de vias atualmente -, justifica.

Os impactos na 15 de Novembro

A consolidação da Rodovia do Arroz como rota entre Joinville e Jaraguá do Sul, além da futura implantação do binário do Vila Nova, causa mudanças de impacto direto no fluxo da rua 15 de Novembro, aponta Adhemir Nunes, 62 anos, representante de uma oficina de bombas injetoras no trecho próximo ao viaduto da BR-101.

Como trabalha há quase três décadas no mesmo local, Adhemir testemunhou a transformação da 15 de Novembro em uma artéria de ligação com a zona Oeste da cidade e a consequente necessidade de investimentos frequentes na via.

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– O trânsito afunilou muito nesse trecho. Pega desde quem vai para o Centro ou acessa a BR-101, além de quem vai em direção à Rodovia do Arroz -, observa.

O sobrecarregamento do asfalto por causa dos veículos pesados, reforça Adhemir, também contribuiu para a deterioração da 15 de Novembro. Segundo o planejamento da Prefeitura, dos R$ 20 milhões que serão investidos no sistema viário da cidade, a rua 15 de Novembro receberá R$ 696,5 mil em 1.583 metros recapeados.

LISTA: Veja quais vias serão beneficiadas