O temporal que atingiu Santa Catarina no final da tarde de domingo teve ventos que passaram de 100 quilômetros por hora no Oeste. De acordo com o Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), a velocidade dos ventos atingiu 115 quilômetros por hora em Dionísio Cerqueira, 114 em Chapecó e 109 em Novo Horizonte. O fenômeno causou destelhamentos em várias cidades. Em Chapecó 395 famílias foram atingidas, segundo a Defesa Civil. Também foi registrado granizo.

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De acordo com a meteorologista do Ciram/Epagri, Gilsânia Cruz, o fenômeno se caracterizou por uma condição pré-frontal, ou seja, um fenômeno que antecede uma frente fria, com nuvens de tempestade que provocaram chuva, granizo e fortes rajadas de vento.

– É um fenômeno que acontece em todo o Estado e é mais comum na primavera, quando há uma transição de ar quente e ar frio – explicou.

Apesar da velocidade dos ventos ter superado 100 quilômetros por hora ela não considera apropriado comparações com outros fenômenos como furacões, que tem ventos a partir de 115 quilômetros por hora, pois são um fenômeno que se forma no mar e atinge a costa.

Os ventos também se aproximaram da velocidade de tornados de menor intensidade, a partir de 117 km/h mas também são fenômenos distintos, segundo a meteorologista. O tornado de Xanxerê, por exemplo, foi classificado como um F2, com velocidade entre 180 km/h a 250 km/h.

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Nesta segunda-feira ainda chove um pouco mas de terça-feira a quinta-feira haverá sol e queda de temperatura, que poderá chegar entre três e cinco graus na Serra. Em Florianópolis a previsão é de 14 a 15 graus e, no Oeste, 8 a 10 graus. Na sexta-feira volta a chuva.

A manhã desta segunda-feira foi de reconstrução e limpeza para muitas famílias. Entre elas a de Angelina Lazarotto, moradora do Bairro Santo Antônio, em Chapecó. Todo o telhado de sua casa foi danificado e a chuva molhou móveis, roupas e eletrodomésticos.

– Molhou tudo, a gente tem um restaurante e não estava em casa, um sobrinho ligou e fomos buscar lonas nos Bombeiros, os vizinhos também ajudaram – disse Angelina.

Sua família teve que dormir na casa de parentes. Agora pela manhã ela tentava organizar a casa. A família não tinha seguro e conta com o apoio de vizinhos e parentes para reconstruir o telhado.

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Na manhã desta segunda-feira os bombeiros também foram atender as ocorrências que não tinham conseguido atender na noite de ontem. Uma delas foi o corte de uma guajuvira, árvore nativa, que caiu em cima da Mecânica Cenci, no bairro Santo Antônio. Parte do telhado foi destruído.

– O prejuízo até não foi tanto, mais foi o susto – disse a proprietária Cheila Cenci.

Em Chapecó, os bairros mais afetados foram Efapi, Jardim AMérica, São Cristóvão, Santo Antônio, Alvorada, Eldorado, Bela Vista, SAIC, Presidente Médice e Centro. Na Avenida Leopoldo Sander, parte da estrutura de um galpão ficou destruída. A Defesa Civil contou ainda 15 árvores caídas pela cidade.

Em Jardinópolis, o fenômeno climático foi registrado às 17h. Um total de 25 casas teve telhados perfurados e um galpão de 88 metros de comprimento e estrutura precária ruiu em função do vento. Ninguém ficou desabrigado, e lonas foram distribuídas.

Na cidade de São Lourenço do Oeste, a tempestade começou por volta das 17h30 e o granizo atingiu o interior do município na Linha Santana do Bela Vista. Foram registrados danos em uma escola, uma igreja e um ginásio de esportes, além de um restaurante e de um posto de combustíveis.  

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Em Concórdia, uma residência foi parcialmente destelhada pela queda de uma árvore. Em Itá, caiu granizo nas comunidades de Adolfo Konder, Alvorada e São Francisco e um imóvel foi danificado. Em Seara, o tráfego na SC-283 ficou em meia pista por causa de um deslizamento de rochas de tamanho médio.