Os venezuelanos comparecem às urnas neste domingo para escolher seus prefeitos, um pleito que deve resultar em um novo triunfo para Nicolás Maduro e representa a última votação antes da eleição presidencial de 2018, na qual o chefe de Estado buscará a reeleição.
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Com a crise econômica, o ceticismo marca o dia da votação para a escolha de 335 prefeitos, que terão mandatos de quatro anos.
Atualmente, os chavistas governam 242 municípios e a oposição 76. Os demais são administrados por dissidentes ou independentes.
Para a maior parte de população, no entanto, votar não resolve os grandes problemas do país, como a hiperinflação, que segundo analistas se aproxima de 2.000% este ano.
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Após um aumento de 30% no mês passado, o salário mínimo é suficiente apenas para três quilos de carne, em meio a uma profunda escassez de alimentos, remédios e produtos básicos.
Apesar da crise, o caminho dos candidatos de Maduro está livre, depois que os três partidos que dominam a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) se recusaram a participar do processo.
Os partidos de Henrique Capriles, Leopoldo López – em prisão domiciliar – e Henry Ramos Allup se afastaram depois que denunciaram irregularidades nas eleições de 15 de outubro, nas quais o chavismo venceu 18 dos 23 governos do país.
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Mas outros movimentos e líderes estão na disputa por conta própria, o que aumentou as divisões em uma oposição que nas eleições passadas mobilizou dois milhões de pessoas a menos que em 2015, quando conquistou uma grande vitória nas legislativas.
Analistas consideram inviável que a oposição consiga manter metade de suas prefeituras, em consequência das deserções e da pressão da máquina chavista. A previsão é que o governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) aumentará sua fatia de poder.
Luis Vicente León, presidente do instituto Datanálisis, adverte para um “cenário demolidor” para a oposição.
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“Não acontecerá uma grande abstenção que deslegitime o processo, nem um triunfo relevante dos que disputam”, disse.
As eleições municipais não costumam registrar um elevado nível de participação. Em 2013 a taxa foi de 42%.
A MUD está concentrada na eleição presidencial, prevista para o fim de 2018, mas que segundo líderes opositores e analistas pode ser antecipada para o primeiro trimestre.
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Garantir condições justas é a prioridade da coalizão nas negociações iniciadas com o governo na semana passada, que também dividem a MUD.
Depois de superar os protestos que exigiam sua saída e que deixaram 125 mortos entre abril e julho, Maduro – apoiado pelos militares – conseguiu a eleição de uma Assembleia Constituinte que atua com poderes absolutos, integrada apenas por governistas.
Não reconhecida por vários governos, a Constituinte ampliou o vasto poder institucional de Maduro.
* AFP