A oposição venezuelana assegurou nesta quarta-feira ter cumprido com a coleta de assinaturas para ativar um referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro, baseado em uma auditoria oficial, ainda que as autoridades eleitorais devam confirmá-lo.

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A Mesa de Unidade Democrática (MUD) publicou a cópia da ata entregue na terça-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com os resultados do exame das assinaturas recolhidas para impulsionar o referendo.

Segundo a MUD, o documento certifica que a oposição conseguiu autenticar 399.000 assinaturas, o dobro do exigido para pedir formalmente a ativação do revogatório.

“Esse obstáculo já foi ultrapassado, falta somente um passo (…) a fixação da data para que quatro milhões ou mais de venezuelanos possam ir manifestar sua vontade para colocar uma data” na consulta, disse o ex-candidato presidencial Henrique Capriles na rede social Periscope.

Entretanto, o CNE anunciou previamente que na próxima terça-feira dirá se a oposição cumpriu com o trâmite.

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Se assim for certificado pelo organismo, a MUD terá que recolher quatro milhões de assinaturas (20% do registro eleitoral) para que os eleitores sejam convocados às urnas.

O delegado da MUD ante o CNE, Vicente Bello, confirmou à AFP ter recebido a cópia da ata, que leva as assinatura dos auditores.

Segundo Bello, com esse documento a presidente do órgão eleitoral, Tibisay Lucena, deve redigir um relatório e submetê-lo a aprovação do diretório do CNE (integrado por ela e outros quatro diretores).

Ainda quando o CNE marcou o dia 26 de julho para um pronunciamento, Bello não havia descartado que a entidade pudesse aumentar o prazo.

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“É o poder deles”, assinalou, indicando que o processo tem 67 dias de atraso por dilações do organismo, acusado pela oposição de estar sendo controlado pelo governo chavista.

Capriles, governador do estado de Miranda, considerou que, se os lapsos legais forem cumpridos, o revogatório poderia ocorrer nos próximos 30 de outubro ou 6 de novembro.

Maduro descarta que a consulta possa ser realizada este ano porque, para ele, a oposição começou os trâmites muito tarde.

Mas Capriles insistiu que o processo começou “no tempo indicado”, e chamou os opositores a se manterem mobilizados “para fazer valer” seu direito de mudar o governo.

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Se a consulta for realizada antes do dia 10 de janeiro de 2017, e Maduro perder, haverá eleições antecipadas.

Mas se ela ocorrer em uma data posterior, ainda que seja derrotado, o chefe de Estado será sucedido pelo vice-presidente, designado por ele.

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