O presidente do parlamento venezuelano, Julio Borges, descartou neste domingo (22) que os governadores opositores cedam ao ultimato da Assembleia Constituinte, que lhes obriga a prestar juramento a este órgão para poder exercer seus mandatos.
Continua depois da publicidade
“Os governadores vão tomar decisões em conjunto, não será dado nenhum passo que signifique reconhecimento, ou humilhação (…), há um desconhecimento total a respeito da Constituinte ilegítima e fraudulenta que veio para criar uma ditadura na Venezuela”, disse o dirigente opositor em coletiva de imprensa.
Os governadores eleitos tinham previsto avaliar neste domingo o ultimato da instância que rege o país com poderes absolutos desde agosto passado.
Borges acrescentou desconhecer também detalhes a respeito da reunião anunciada no sábado por Laidy Gómez, eleita no estado de Táchira.
Continua depois da publicidade
Os governistas conquistaram 18 dos 23 governos estaduais nas eleições de domingo passado, mas a oposição afirma que a votação foi marcada por fraudes e irregularidades.
“É preferível morrer de pé do que viver de joelhos, (…) é necessário colocar-se em um posição legal, constitucional e democrática”, ressaltou o presidente da Assembleia Legislativa, de maioria opositora.
A lei prevê que os governadores devem prestar juramento ante os conselhos legislativos regionais, mas a Constituinte afirma que antes devem se subordinar a essa instância integrada apenas por chavistas.
Continua depois da publicidade
“Não será tomada nenhuma decisão que mude o que tinha sido dito. (…) A força desses governadores é ter vencido por cima da fraude do governo”, argumentou Borges.
No sábado, Delcy Rodríguez, presidente da Constituinte, reiterou os termos de um decreto que empraza os governadores eleitos a comparecer ante essa instância.
“Devem prestar juramento, não permitiremos que se mantenham dizendo que não o farão”, afirmou Rodríguez.
Continua depois da publicidade
Os governadores do grupo dos governistas compareceram na última quarta-feira.
Caso os opositores se neguem a prestar juramento, o poder eleitoral convocará novas eleições nos cinco estados e os governadores anteriormente eleitos não poderão se candidatar outra vez, advertiu na sexta-feira o presidente Nicolás Maduro.
* AFP