O governo venezuelano iniciou um processo contra a emissora americana CNN, que o presidente Nicolás Maduro quer “fora” do país pelo que denuncia como “propaganda de guerra”, informou nesta quarta-feira uma fonte oficial.

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“Solicitamos às autoridades venezuelanas competentes que tomem atitude a respeito. Esperamos ver a solução”, anunciou a chanceler Delcy Rodríguez em coletiva de imprensa.

Rodríguez não especificou, entretanto, que tipo de medidas espera do governo nem em qual órgão tramita o pedido.

O processo está relacionado com uma reportagem da CNN sobre uma suposta venda de vistos e passaportes venezuelanos na embaixada do país no Iraque.

“A emissora de televisão CNN em espanhol iniciou uma operação de guerra psicológica, uma operação de propaganda de guerra, montada absolutamente em falsidades”, disse a chanceler.

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No domingo, durante seu programa semanal, Maduro atacou a emissora.

“Eu quero a CNN bem longe daqui. Eu quero a CNN fora da Venezuela, fora!”, expressou o governante socialista, que tampouco falou em medidas concretas.

Em 6 de fevereiro, a CNN em espanhol transmitiu uma reportagem que denuncia um caso de vendas na embaixada venezuelana em Bagdá de passaportes e vistos a pessoas de origem árabe que poderiam estar relacionadas com o terrorismo.

A notícia fala do vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, como um dos responsáveis.

O Departamento do Tesouro americano sancionou na segunda-feira El Aissami por suposta relação com o tráfico de drogas, o que Caracas considerou como uma “agressão” para desestabilizar o governo de Maduro.

Segundo a chanceler, essa medida responde a uma “operação de propaganda de guerra” que busca “uma intervenção internacional” na Venezuela.

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Rodríguez desqualificou o testemunho à CNN de Misael López, funcionário da embaixada venezuelana no Iraque entre 2013 e 2015, a quem chamou de “delinquente”.

A chanceler acusou López de ter tentado “roubar” a identidade do embaixador venezuelano no Iraque, Jonathan Velasco, para retirar fundos da missão diplomática em um banco de Bagdá, e sustentou que foi denunciado por assédio sexual por uma funcionária da delegação.

Rodríguez pediu à CNN que divulgue sua resposta à reportagem. “Aqui estão as provas, são obrigados a mostrá-las, não podem escapar”, desafiou.

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