A Venezuela exigiu nesta quinta-feira que os Estados Unidos revelem “a identidade dos agentes envolvidos” no suposto caso de espionagem contra a estatal petroleira PDVSA por parte da inteligência americana, revelado pelo ex-analista Edward Snowden.

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Caracas “requer que seja comunicada a identidade dos agentes envolvidos neste fato inaceitável, independentemente de sua condição de funcionários diplomáticos ou de outra índole, que por meio do abuso da acreditação, presença ou facilidade concedida pela Venezuela tenham cometido ou cooperado com estas atividades criminosas”.

A chancelaria também expressa seu “enérgico protesto” com as “atividades de espionagem” atribuídas ao pessoal da embaixada dos Estados Unidos em Caracas contra a Petróleos de Venezuela.

Exigimos um “pronunciamento expresso, imediato, de forma oportuna e legalmente satisfatório desta gravíssima agressão”, destaca o comunicado, indicando que a Venezuela aguarda por “explicações, responsabilidades e punições que correspondam ao governo dos Estados Unidos da América diante das graves violações do Direito Internacional”.

Segundo um documento de Snowden publicado na quarta-feira pela rede de televisão Telesur, a Agência de Segurança Nacional (NSA) “espionou as comunicações internas, e-mails, currículos de funcionários e outros dados da PDVSA” entre 2004 e 2014.

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Snowden, que foi analista da NSA, revelou em 2013 o esquema de vigilância mundial dos EUA e hoje vive exilado na Rússia.

O porta-voz do departamento americano de Estado, John Kirby, disse nesta quinta-feira que “isto é algo sobre o qual trabalhamos através dos canais diplomáticos com a Venezuela”.

Kirby acrescentou que Washington “regularmente revisa a política sobre vigilância eletrônica, mas não vamos discutir publicamente detalhes sobre supostas atividades de inteligência”.

O porta-voz descartou que Washington realize espionagem econômica e afirmou que “não existe qualquer intenção de utilizar vigilância eletrônica para obter vantagens financeiras”. “Esta é a política dos Estados Unidos e isto não mudou. O presidente (Barack Obama) foi muito claro sobre isto”.

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“Também não temos a intenção de desestabilizar o governo da Venezuela”, concluiu.

et/lr