A Venezuela buscará apoio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), da Rússia e da China para resgatar sua abalada produção petroleira, anunciou nesta quinta-feira o presidente Nicolás Maduro, ao jurar como mandatário reeleito diante da Assembleia Constituinte.
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Para isso, Maduro ordenou que o ministro do Petróleo e presidente estatal da PDVSA, o general Manuel Quevedo, busque a cooperação para ampliar em 1 milhão de barris por dia (mbd) o volume atual de 1,5 milhão.
“Este ano temos de aumentar 1 milhão de barris. Se tiver que pedir apoio da Opep, pela já, apoio à Rússia, à China, aos países árabes, peçamos”, sugeriu Maduro a Quevedo, presente na cerimônia.
O petróleo é responsável por 96% das receitas da Venezuela, o país com as maiores reservas da commodity no mundo, mas mergulhou na pior crise econômica de sua história recente.
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A sua produção registou uma nova queda em abril atingindo 1,5 milhão de barris, de acordo com a Opep, da qual o país caribenho é sócio fundador.
No entanto, fontes secundárias citadas pelo cartel dizem que o nível em abril caiu a 1,4 mbd.
Já em janeiro passado, a cifra tinha recuado para seu mínimo histórico em três décadas, com 1,6 mbd, de acordo com a Opep.
Quevedo assumiu a direção da PDVSA no final de 2017 com a missão de aumentar o volume em 1 milhão de barris por dia, mas desde então a produção continuou em queda.
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“Eu quero ouvir a classe trabalhadora do petróleo porque precisamos de 1 milhão de barris, e quem vai fazer isso? Maduro vai fazer isso?”, indagou o presidente diante da plateia.
Quevedo foi nomeado após a prisão de dois ex-presidentes da PDVSA acusados de corrupção.
Sua nomeação ocorreu no âmbito de uma cruzada para limpar a empresa, após cerca de 80 gestores terem sido presos.
“Faça todas as mudanças que você tiver que fazer, está autorizado, major-general Manuel Quevedo”, disse Maduro.
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A Venezuela atingiu sua produção máxima em 1970, com 3,78 mbd. Desde então, o menor foi em 1987, segundo a Opep, com uma média de 1,49 mbd no primeiro semestre. Em 2008, chegou a 3,2 mbd.
O governo atribui o colapso à queda dos preços nos últimos anos e à má gestão da PDVSA, enquanto especialistas vinculam a um déficit fiscal estimado em 20% do PIB.
A crise venezuelana se reflete na escassez de alimentos e medicamento e em uma hiperinflação que aumentaria para 13.800% em 2018, segundo o FMI.
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* AFP