No dia em que Hugo Chávez morreu, 5 de março, o então presidente interino expulsou um adido militar americano por supostamente conspirarem contra a Venezuela.

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Hoje, o agora presidente eleito e empossado do país, Nicolás Maduro, acusa um jovem de ser agente secreto infiltrado para semear o caos.

Segundo o novo ministro do Interior, Miguel Rodriguez Torres, o jovem Timothy Hallet Tracy, nascido em 1978 no Estado de Michigan, foi detido na quarta-feira no aeroporto de Maiquetía quando tentava sair do país. O governo acusa Torres de ser financiado por ONGs estrangeiras para gerar uma guerra civil na Venezuela, onde a oposição ainda não aceitou o resultado das eleições do dia 14 de abril que elegeu Maduro como sucessor de Chávez.

– Identificamos um norte-americano que começou a manter relações estreitas com os jovens da Operação Soberania – anunciou o ministro.

Operação Soberania é um grupo de estudantes que há meses organizou protestos para exigir informações sobre o estado de saúde de Chávez e agora pede eleições justas e transparentes, questionando os resultados eleitorais.

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Governo diz que americano seria treinado para espionar

Segundo o ministro, Tracy é suspeito de cooperar com a direita venezuelana para desacreditar os resultados das eleições, que deram a vitória ao presidente Nicolás Maduro com uma vantagem apertada de 1,8 ponto. Os opositores também são acusados de provocar a morte de nove pessoas durante mobilizações. Para o governo venezuelano, o jovem expulso do país teria recebido treinamento em espionagem:

– Presumimos pelo modo de agir que ele pertence a alguma organização de inteligência porque tem treinamento, sabe como se infiltrar, sabe como manipular fontes, como conseguir informações com segurança – explicou Torres.

Torres também divulgou um vídeo no qual o general Antonio Rivero, atual dirigente do partido opositor Vontade Popular, supostamente aparece dando instruções aos jovens em uma mobilização no dia 15 de abril na praça Altamira, em Caracas, que terminou com alguns distúrbios.