A ausência de regras para controlar o comércio ambulante de Blumenau, que voltou a ser debatida nas últimas semanas, é assunto que volta e meia vira dor de cabeça para os fiscais do município. A primeira lei sobre o tema foi aprovada pela Câmara de Vereadores em 2001, mas desde então o comércio de alimentos em vias e praças não pode ser exercido sem riscos.
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Famílias se aventuram no mercado, sujeitas a fiscalizações e à ira dos comerciantes formalizados, que enxergam na prática concorrência desleal. Do outro lado, funcionários da prefeitura encontram lacunas na legislação para definir o que é ou não legal.
Há 10 dias profissionais que trabalhavam em frente ao Parque Ramiro Ruediger tiveram equipamentos e mercadorias apreendidos. De lá para cá comerciantes, lojistas, município e vereadores discutem como solucionar o impasse. De acordo com o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau, Paulo César Lopes, há uma história falta de vontade política em torno do tema.
– A lei por si só deixa dúvidas e não resolve nada. Há mais de dez anos espera-se a regulamentação. Há diversos interesses envolvidos, por isso talvez o problema não tenha sido resolvido – avalia.
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O prefeito Napoleão Bernardes fixou um prazo para que a regulamentação seja finalizada e entre em vigor: junho de 2015. Até lá, os vendedores ambulantes que trabalham com alimentos poderão retornar a seus postos de trabalho. Eles também foram autorizados a trabalhar em locais delimitados durante os eventos do Magia de Natal, mediante cadastro.
O presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes de Blumenau, Marcos José Amorim, conta que quando assumiu a direção da associação, em 2007, chegou a solicitar uma audiência pública para que o tema fosse debatido, mas o assunto acabou engavetado. Também foi feita uma minuta de lei em 2009 para tratar sobre o assunto. Também não houve avanço.
– Nosso objetivo é trabalhar legalmente e pagar os alvarás. Os poderes Executivo e Legislativo nunca buscavam uma alternativa definitiva. Eles tomavam atitudes paliativas e faziam vista grossa – reclama.
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De acordo com a associação, cerca de 260 famílias trabalham com alimentação na cidade. Destas, 230 servem cachorro-quente.
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