Eles estão lá. Seja na tradicional Rua XV de Novembro, que recebe todos os anos os desfiles da Oktoberfest, ou até mesmo na Rua 7 de Setembro, rota de passagem do público a caminho dos pavilhões, os produtos com um toque germânico ganham espaço nas calçadas e vitrines. Tomam conta de salas que estavam fechadas e de lojas que se aproveitam do período para faturar, seja antes ou durante a festa mais alemã das Américas que começa na próxima quarta-feira.

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Quem passa pelas ruas centrais de Blumenau já deve ter notado uma mudança nas vitrines. Mais do que a coleção primavera-verão, o clima de outubro traz uma espécie de quinta estação ao comércio, chamada, obviamente, de Oktoberfest. A diversidade de produtos para os clientes da região e turistas é enorme. Um movimento festejado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas).

– A abertura desses comércios e a venda de produtos por lojas já estabelecidas é um sinal de que há procura. Acho genial fazer isso. Muito semelhante ao que ocorre na troca de produtos nas estações, mas neste período com itens voltados para blumenauenses e turistas que querem ir trajados para a Oktoberfest – afirma Emilio Schramm, presidente do Sindilojas.

O empresário Cleyton Bezerra mantém desde 2001 duas lojas na Rua XV de Novembro que vendem de tudo um pouco: artigos para celular, bolsas, itens de decoração. No período de Oktoberfest, ele abre espaço para trajes e canecos para a festa.

O sucesso é tão grande que, em 2012, comprou uma sala ao lado. Durante o ano, ele vende bijuterias e acessórios, mas 30 dias antes da festa o local é esvaziado e dá lugar a trajes típicos, chapéus, broches, arcos e vários artefatos.

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– O movimento é maior nos dias de desfile, a loja fica repleta de turistas. Antes de começar a festa, o público é de pessoas da região que não quer deixar para a última hora a compra de um traje típico – diz Bezerra.

O empresário conta que o trabalho começa no início do ano, com a encomenda de trajes em janeiro, que são produzidos artesanalmente por costureiras da região. Ele destaca que procura sempre valorizar os produtores locais para assim contribuir com a geração de emprego e renda. Schramm, do Sindilojas, conta que toda a economia da região é movimentada. A venda e a produção de produtos, como trajes, canecos, camisetas e acessórios tem crescido muito.

– Antes eram duas ou três lojas, hoje são muitas que aproveitam a ocasião – afirma.

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A loja de Bezerra tem produtos para todos os gostos e bolsos. Os trajes típicos femininos ou masculinos variam de R$ 99 a R$ 199. Os canecos custam a partir de R$ 8, em alumínio, e os mais elaborados, feitos em madeira por uma empresa de Pomerode, chegam a R$ 150.

Há também comércios virtuais que antes da festa viram loja física. Irene Sebold, de 60 anos, aposta há quatro anos neste modelo. Sempre no início de setembro, aluga uma sala comercial para vender os trajes e acessórios que importa da Alemanha e já são comercializados online o resto do ano.

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– São vestidos florais e xadrez, além de trajes masculinos de couro, modelos que são vistos na Oktoberfest em Munique – conta.

Irene afirma que a procura dos clientes este ano está menor, talvez um reflexo de ano eleitoral, mas ela está na expectativa que aumente com o início da festa em outubro. A loja com produtos importados apresenta trajes femininos e infantis com preço médio de R$ 300 e masculinos que podem chegar a R$ 1 mil. Mas há acessórios, canecos, calçados e peças que são vendidas separadamente do traje completo.

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Turismo traz benefícios para a economia local

Blumenau e a Oktoberfest – que neste ano chega à 35ª edição – são a mistura perfeita para atrair turistas à cidade nos meses em que a festa acontece. Porém, o potencial para atrair pessoas para visitar o município cresceu segundo o economista da Furb Jamis Piazza.

– Hoje já não é preciso deixar a loja fechada após a festa, porque logo depois tem o Natal e outros eventos. Em todos os períodos do ano recebemos turistas e é preciso aproveitar – diz.

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O economista afirma que a Oktoberfest traz vários benefícios para a região e defende que é necessária uma avaliação de custo-benefício por parte do empresário para avaliar se é possível manter o negócio o ano inteiro.

– Quem visita a cidade gosta de levar uma lembrança e presentes para os familiares. Nada melhor que vender esses produtos durante o ano, não somente em época de festa – completa.