Venda de pacotes para a Copa na África está abaixo do esperado

A África do Sul é um roteiro turístico em potencial, mas ainda está longe de ser um país muito procurado para uma primeira viagem. Essa é uma das razões apresentadas pela Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (Abav) para justificar a procura abaixo do esperado de pacotes para a Copa. Um roteiro completo com jogos de todas as fases custa a partir de US$ 10 mil. A situação de vendas é praticamente a mesma em todo Brasil.

– Não vimos uma grande demanda de passageiros para a Copa. Não sabemos se é por ser um roteiro exótico. O preço também seria um obstáculo. É um destino mais caro normalmente. A maioria faz pacote para a primeira, segunda fase do Mundial – declarou Rita Vasconcelos, presidente da Abav-RS.

Entre as sedes das partidas, a Cidade do Cabo lidera na preferência:

– A busca maior é pelo pacote com ingresso e a Cidade do Cabo é a mais procurada. É um lugar muito bonito com apelo turístico grande. Os safaris também atraem turistas, bem como o Hotel The Palace, de Sun City – comentou Rita.

A África do Sul está atrás dos roteiros mais tradicionais do norte do continente, como Egito e Marrocos. No entanto, o potencial de negócios em torno do turismo cresceu significativamente com o fim do do Apartheid, em 1994.

– Com a mudança do regime político, a situação melhorou muito. O turismo pode se ampliar também após a Copa – explicou a presidente da Abav-RS.

Brasileiros não precisam de visto para viajar à África do Sul, apenas fazer a vacina contra a febre amarela.

Números otimistas

A projeção do impacto econômico que o Mundial causará na África do Sul é otimista. Segundo consultoria da empresa Grant Thornton, o país deve receber em torno de 373 mil visitantes durante a competição. Além disso, esses turistas gastarão mais ficarão por um período mais longo na sede da Copa. As informações são do site da Fifa.

– Há indicações de que os turistas estrangeiros ficarão, em média, 18 dias em comparação com os 14 dias apresentados nas projeções originais. O gasto médio por turista também é para ser de 30 mil rands (em torno de R$ 7,1 mil) contra os 22 mil rands (cerca de R$ 5,2 mil) cogitados inicialmente – afirmou Gillian Saunders, diretor da Grant Thornton soluções estratégicas.

As pesquisas levaram em conta os valores que os visitantes gastam hoje. A expectativa é que os turistas estrangeiros vejam em média cinco jogos, contra 3,4 avaliados anteriormente.

Sobre a venda de ingressos, cerca de 105 mil dos 373 mil visitantes esperados na África do Sul não terão bilhete; enquanto 85 mil deverão viajar ao país para uma curta visita. A projeção de 105 mil pessoas sem entrada é inferior à de 125 mil especulada inicialmente.