A Associação dos Frigoríficos Independentes de Santa Catarina (Afisc) se manifestou contrária a nota técnica do Procon SC e da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) recomendando que açougues e mercados não vendam osso de boi. Segundo a Afisc, essa é uma prática feita há anos, já que os ossos são usados em pratos tradicionais.
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A medida do Procon foi tomada depois da repercussão da imagem de uma placa dentro de um estabelecimento de Florianópolis: “Osso R$ 4,00 Kg. Osso é vendido e não dado”. O diretor do órgão, Tiago Silva, afirmou que o ato era “desumano”, neste momento de crise.
No entanto, para o presidente da Afisc, Miguel do Valle, a questão só chamou a atenção porque mais pessoas passaram a procurar pelos ossos, já que a carne está muito cara. Ele afirma que a venda já era comum antes da crise.
— A venda de carne com osso, como um retalho, ou só o osso, sempre foi tradicional na venda de açougues. Existem pratos que precisam de ossos, existe um retalho de osso, principalmente de suíno, que é muito comercializado, o pessoal no inverno faz a “Quirera” e bota esses ossinhos. Isso vem sendo feito tradicionalmente há muitos anos — afirma.
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Ele ainda disse que estimular a venda de ossos, contribui para reduzir a inflação, pois haverá menos competição pelos mesmos cortes de carne:
— A venda deve ser continuada e incentivada como uma alternativa de segurar inflação e preços. Porque quando as pessoas buscam alternativas mais baratas, elas freiam o consumo de cortes mais caros e faz com que a economia mais rapidamente volte a estabelecer os patamares de preços.
— A partir do momento que o Procon proibir isso, vai tirar uma fonte de proteína importante que são esses retalhos. Isso vai encarecer o preço da carne e mais gente vai disputar a mesma carne — completa.
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