Confirmada uma das maiores transações da história do futebol catarinense. O goleiro Jandrei foi anunciado como novo reforço do Genoa, da Itália, e se juntou ao elenco para os trabalhos de intertemporada. O negócio vai render pouco mais de R$ 10 milhões para Chapecoense e Tubarão, que detinham os direitos econômicos do atleta. O valor do negócio é de 2,4 milhões de euros, que supera a última grande transação internacional envolvendo um clube de Santa Catarina.
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Em 2008, o Borussia Dourtmund desembolsou 2 milhões de euros para contratar o zagueiro Felipe Santana junto ao Figueirense. Roberto Firmino, também do Figueira, custou 4 milhões de euros ao Hoffernheim, em 2011, mas o Tombense (MG) tinha 95% dos direitos do atleta e havia feito empréstimo do atacante. Outro caso é a venda do meia-atacante Róger Guedes ao Shandong Luneng, da China, por 9,5 milhões de euros. O Criciúma faturou mais de R$ 12 milhões, no ano passado. No entanto, o jogador estava há mais de dois anos fora do futebol de Santa Catarina, passou pelo Palmeiras e estava no Atlético-MG, que também levaram um percentual do negócio.
Desta vez, dois clubes do Estado vão ganhar com o negócio. É que o Tubarão tinha 40% dos diretos econômicos de Jandrei. O atleta foi emprestado à Chapecoense ao término do Campeonato Catarinense de 2017. Passado o Brasileiro da Série A, em que se tornou titular e jogou todas as 38 partidas, a Chape adquiriu 60% e seguiu com o Peixe como parceiro em uma futura negociação, como a concretizada no último fim de semana.
– Ele chegou no Tubarão em 2016 graças ao técnico Marcelo Mabília, que era nosso treinador e conhecia o Jandrei. A gente estava formando o time para disputar a segunda divisão do Catarinense e precisávamos de um goleiro bom com os pés, para jogar em campo reduzido, conforme o conceito de jogo que havia. Ele fez um grande campeonato, subimos e chamou a atenção na Série A do Estadual e o emprestamos ao final. Ele foi para ser o terceiro goleiro – lembra Luiz Henrique Ribeiro, presidente do Tubarão.
Com o negócio, a Chape vai receber R$ 6 milhões e o Peixe fica com os outro R$ 4 mi, conforme a cotação da moeda atual e os valores divulgados pela imprensa italiana – os clubes não comunicaram o total do negócio. O contrato de Jandrei com o Genoa vai até 2024 e terá como companheiros os também brasileiros Sandro, volante ex-Internacional, e o meia Romulo, ex-Metropolitano e Chapecoense.
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Modelo de negócio do Tubarão
A transferência de Jandrei para o futebol italiano não é a primeira negociação internacional que gera lucro para o Tubarão. Dias atrás, o clube recebeu a notícia que ganharia cerca de R$ 3 milhões com a transação do lateral-esquerdo Neto Borges, que saiu do Hammarby, da Suécia, para o Genk, líder do campeonato da Bélgica. Assim como a do goleiro que defendeu a Chapecoense por praticamente dois anos, outras foram feitas em moldes similares e se transforma em um modelo adotado pela equipe do Sul de Santa Catarina.
O Tubarão cede o atleta por empréstimo e a opção de compra ao final da cessão. No entanto, em caso de aprovação e interesse, o Peixe vende parte dos direitos econômicos, mas faz com que o comprador tenha o percentual maior e vira uma espécie de “sócio” em um negócio futuro. Este é um modelo utilizado principalmente quando o atleta é jovem. Jandrei foi para Chape quando tinha 23 anos.
– Fazemos o empréstimo com opção de compra. O clube tem tempo para avaliar e testar o jogador em seu elenco. Ao final, a equipe pode adquirir parte dos direitos a um preço possível de pagar, porque ficamos com um percentual deste atleta. Há um risco compartilhado. Quando dá certo, o sucesso futuro é dividido e faz valer a pena o Tubarão ter abrido mão de valores lá no início – explica o presidente do Peixe.
O último caso foi o do volante Matheus Barbosa. Depois do Catarinense do ano passado, o jogador foi emprestado ao Avaí até o fim da temporada. Com o bom aproveitamento na Série B, o Leão pagou cerca de R$ 500 mil para adquirir parte dos direitos do atleta de 24 anos. Com o lateral-esquerdo Neto Borges, o sueco Hammarby comprou percentual maior do jogador ao final de 2017, e manteve o Tubarão como uma espécie de sócio.
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Na semana passada, a equipe sueca anunciou a transferência do ala ao Genk. O acordo de 2,5 milhões de euros, rendeu mais de R$ 3 milhões para o Peixe.