Dados do Sindicato do Comércio Varejista de Dervidos de Petróleo de Blumenau (Sinpeb) apontam uma redução de 70% na venda de gasolina na cidade por conta da crise do novo coronavírus. A comercialização do óleo diesel também teve queda, de 55%. O dado, conforme o presidente Júlio César Zimmermann, leva em conta a freada no consumo a partir do decreto que restringiu comércios e serviços em comparação ao início do ano.

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Essa redução impacta, também, no preço para o consumidor. Muitos postos de Blumenau e região já vendem a gasolina a menos de R$ 3,90 o litro. Concorrência e alguma diminuição no valor nas refinarias resultam nessa cifra. Segundo a última pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que ocorreu entre 29 de março e 4 de abril, a cidade teve a terceira gasolina mais barata de Santa Catarina. O preço médio ficou em R$ 4,07, com valor mais baixo em R$ 3,839.

O preço mais em conta vale principalmente para consumidores que pagam no débito e em dinheiro. Precisando de dinheiro em caixa, explica Zimmermann, os postos apostam em redução no valor do combustível para garantir a venda àqueles que ainda estão de carro nas ruas. Segundo o presidente do Sinpeb, essa redução foi maior do que a expectativa dos empresários:

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— Poucos vão para o trabalho, ninguém vai para a escola, ninguém vai para a praia, ninguém vai passear. Imaginávamos impacto, claro, mas esperávamos que fosse chegar a no máximo 50% das vendas.

Hoje os 75 postos de combustíveis de Blumenau empregam cerca de 1,5 mil pessoas, conforme o sindicato. Para Zimmermann, esse tombo na venda de combustíveis pode gerar até 300 demissões no segmento na cidade, o que deve afetar principalmente frentistas — embora o próprio presidente do Sinpeb admita que, no futuro, vão ocorrer recontratações.

— Temos muitos funcionários, há demissões, antecipação de férias. O nosso setor é muito delicado, porque o pagamento às distribuidoras tem que ser feito três ou quatro dias depois da entrega do combustível. Não é como muitas empresas que postergam o pagamento por três, quatro meses. No nosso caso não é assim — explica Zimmermann.

Última pesquisa da ANP

Criciúma tem a gasolina mais barata de SC, segundo a última pesquisa da ANP, divulgada no sábado (4). A cidade no Sul do Estado tem o preço médio do litro do combustível em R$ 3,94. Lages vem na segunda posição desse ranking, com R$ 4,069, seguido por Blumenau e Laguna, com a gasolina a R$ 4,07. O top 5 dos valores mais em conta é completado com Joinville, R$ 4,122.

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Já as cidades com a gasosa mais cara estão, em grande parte, na Grande Florianópolis. São José lidera, com o combustível vendido, em média, a R$ 4,498. Curiosamente, os 17 postos consultados no município vizinho à Capital são os que menos têm alteração no valor entre estabelecimentos — o valor gira entre R$ 4,48 e R$ 4,49, apenas um centavo de diferença.

Biguaçu (R$ 4,496), Palhoça (R$ 4,477), Concórdia (R$ 4,341) e Florianópolis (R$ 4,284) fecham a lista dos cinco com gasolina mais cara.