O cenário não é tão ruim quanto em outros países, mas o Brasil também já registra queda número de computadores vendidos. No primeiro semestre de 2012, o resultado foi aquém do esperado por fabricantes, lojas e demais agentes envolvidos no negócio. Segundo a IDC Brasil, houve uma queda de 0,3% nas vendas de computadores quando comparados os meses de julho, agosto e setembro de 2012 com o mesmo período do ano passado.

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Foram vendidos 4,05 milhões de unidades, número que aponta crescimento de apenas 1,9% quando comparado ao segundo trimestre de 2012 e queda de 0,3% quando comparado ao mesmo período de 2011. A expectativa era de um crescimento na casa dos 15% na comparação entre o terceiro trimestre de 2011 e de 2012.

Apesar dos baixos resultados em abrangência nacional, nota-se que mundialmente as taxas de diminuição em termos de consumo são ainda mais expressivas, visto que houve uma queda de 7,9% quando comparado o terceiro com o segundo trimestre deste ano. Entre os países do BRIC, Rússia obteve decréscimo de 0,5%, Índia apresentou queda de 5,4% e China teve diminuição de 0,2%.

No terceiro trimestre de 2012, 61% dos computadores comercializados no Brasil foram notebooks e 39% de desktops. A proximidade de preços entre notebooks e desktops orienta a preferência, principalmente dos usuários domésticos pelos dispositivos portáteis. O consumo de dispositivos pelo segmento doméstico segue em maioria, com 65%. O segmento corporativo apresentou 25%, enquanto Governo e educação resultaram em 10% de compras. O investimento dos consumidores em tablets e smartphones pode ter contribuído para os resultados.

– O mercado brasileiro de PCs segue fortemente impactado pela variação do dólar, pela grande cautela do setor privado face às especulações dos resultados da crise internacional e pela demanda retraída dos usuários domésticos – declara Camila Pereira Santos, analista de mercado da IDC Brasil.

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A expectativa para o mercado de PCs em 2012 é de um crescimento de apenas 2%. No entanto, a oferta de novas tecnologias, tais como o Windows 8 e notebooks ultrafinos com preços acessíveis, e os investimentos relacionados aos eventos esportivos no Brasil nos próximos anos, podem aquecer o mercado novamente em médio e longo prazo.

– Vale lembrar que o mercado tende a se recuperar visto que a penetração de computadores por residência no país segue baixa. Além disso, percebe-se o aumento do poder aquisitivo do consumidor que pode também se sentir atraído pelos preços mais competitivos no segmento de notebooks – finaliza a analista.