Em visita a Blumenau nesta quinta-feira à tarde, onde participou da inauguração de novos leitos de UTI no Hospital Santa Isabel, o governador Raimundo Colombo garantiu uma investigação profunda para apurar possíveis culpados na fuga de 28 detentos do Presídio Regional de Blumenau, considerada a maior do Estado nos últimos quatro anos. Ele falou com exclusividade ao Santa sobre a atual situação da casa de detenção e suas expectativas sobre o início das obras do Complexo Penitenciário do Médio Vale. Ele garante que a primeira etapa da obra estará concluída ainda em 2015. Confira abaixo a entrevista:

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::: Licenças ambientais e alvará de construção do Complexo Penitenciário são liberados pela Prefeitura de Blumenau

::: Fuga em Blumenau foi a maior dos últimos quatro anos em SC

Em 2012 o Estado reconheceu que o Presídio Regional de Blumenau era o pior de Santa Catarina. Em 2013 o número de presidiários aumentou ainda mais. O que o governo do Estado fez para melhorar a situação?

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O Estado fez o projeto de uma nova unidade e identificou o terreno. Isso é sempre difícil porque a comunidade tem que aceitá-lo. A área pertencia a uma massa falida e tivemos que fazer depósito judicial. Os procedimentos jurídicos e ambientais são pré-requisitos para iniciar uma obra. Fui informado pelo prefeito Napoleão Bernardes que já foram vencidas todas as etapas e hoje (ontem) a licença foi entregue para a obra ser executada. Já temos a empresa contratada e podemos iniciá-la imediatamente. O recurso também está disponibilizado. O projeto é pré-moldado e a construção é bastante rápida.

Investiga-se sobre a possibilidade de agentes penitenciários terem facilitado a fuga. Neste caso, o Estado também teria responsabilidade. O que será feito para que isso não se repita?

Estou informado de que há uma investigação bastante profunda, mas até agora não posso pré-julgar. Nós vamos aguardar a conclusão deste processo, mas haverá punições. Tem que ser assim para termos um bom exemplo. Há suspeita muito forte de negligência e através de um inquérito estamos levantando informações para comprovar a situação.

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O que será feito para garantir a segurança dos presos, agentes penitenciários e comunidade da região enquanto a penitenciária não é construída? Está prevista a contratação de mais agentes?

A solução é a construção da nova unidade. A atual está totalmente ultrapassada, inadequada e desrespeita os direitos humanos. Nesse período curto, até a nova ficar pronta, nós vamos dar atenção ainda maior ao presídio.

O terreno para a nova penitenciária foi desapropriado há cerca de um ano e somente na semana passada o pedido de licença ambiental chegou à Faema. Isso poderia ter acontecido mais rápido?

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Essa foi a última etapa. Não tinha como solicitá-la antes. Mas as outras cumpriram o cronograma. Se você não acelerar, vai para a Justiça. Nós cumprimos com rigor as etapas. No Brasil, infelizmente, para fazer uma obra, ainda mais uma penitenciária, é esse o prazo. A de Imaruí nós estamos tentando fazer há quatro anos e até agora não conseguimos iniciar. Há nove ações judiciais.

Após a liberação de todas as licenças, o que será feito para evitar que haja novas intercorrências que atrasem ainda mais o início da construção?

A obra está contratada e a execução é imediata. Após o início, em quatro, cinco meses, estará pronta. Eu não posso responder por alguma ação judicial que algum interessado faça, mas acho que tudo esta superado e dentro da lei. Por isso demorou. Vencemos todas as etapas e vamos fazer a obra rapidamente.

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