Uma viagem ao Egito para conhecer múmias e pirâmides, um estudo sobre a cultura africana e afro-brasileira. A vida das tartarugas e situações de invisibilidade no cotidiano de Florianópolis. Um trabalho de inclusão numa turma que possui uma criança com deficiência múltipla e a promoção da cultura de paz. Todos esses assuntos são vencedores da VI Edição do Professor Nota 10, organizado pela prefeitura de Florianópolis.

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Seis educadores serão premiados e reconhecidos em solenidade na segunda-feira (16), na Câmara de Vereadores, a partir das 16h. Numa parceria com o legislativo municipal, o prêmio pretende reconhecer e dar visibilidade aos profissionais do magistério que realizam experiências pedagógicas inovadoras, criativas e transformadoras.

Dos seis projetos, dois são da educação infantil, dois da educação fundamental, um da EJA (Educação de Jovens, Adultos e Idosos) e um da modalidade de educação especial.

Conheça um pouco mais dos projetos e os professores premiados:

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Conhecendo o Antigo Egito

O projeto “Entre múmias e pirâmides: pequenos aventureiros realizando uma fascinante expedição ao passado, através do sarcófago de Tutancâmon” foi desenvolvido pela professora Sirlei de Oliveira na Creche Municipal Franklin Cascaes, localizada no bairro Ponta das Canas, com crianças de cinco anos. Teve como objetivo despertar nos pequenos o interesse em conhecer a cultura do Antigo Egito e o modo de vida deste povo, naquele período histórico.

(Foto: Divulgação / PMF)

— A ideia do projeto se originou na intenção de interligar situações de brincadeiras que nós, professoras, estávamos observando no grupo, como as escavações, a fim de encontrar alguma coisa interessante ou até mesmo um tesouro enterrado no parque e a fantasia em brincar de pega-pega, como se fossem zumbis — conta Sirlei.

Educação e inclusão

Também na Creche Municipal Franklin Cascaes, a professora de Educação Especial Vera Lúcia Rezende Beux Ronsani realizou o projeto “Somos todos diferentes”, com crianças de quatro a cinco anos de idade. Nesse grupo havia uma criança com deficiência múltipla (física/intelectual) que necessitava do acompanhamento de uma professora auxiliar.

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— Percebendo a curiosidade natural que os colegas tinham com a situação da estudante, encontrei um cenário favorável para planejar um projeto de inclusão escolar — explica Vera Lúcia.

O projeto contou com contação de histórias, dramatização, representação, vivências, exposições de materiais adaptados e de acessibilidade, além da visita de uma professora surda que introduziu a Língua Brasileira de Sinais para a criançada.

Mãe África

A professora Márcia Theodorico Mezzano criou, com crianças de quatro anos da Creche Morro da Queimada, no bairro José Mendes, o projeto “Do rei do fogo ao rei do samba: rainha e rei da África sou eu”. O objetivo foi promover ações de reconhecimento da cultura africana e afro-brasileira, mostrando sua importância na construção das sociedades contemporâneas.

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As atividades valorizaram e apresentaram personagens negros em diferentes funções sociais dentro da comunidade, além de identificar e reconhecer a herança africana presente em nosso cotidiano, como em brincadeiras, palavras, comidas, danças e história, e de desenvolver nas crianças, uma consciência crítica que possibilite atitudes positivas em relação ao tema proposto.

Cultura da paz

O projeto “Um movimento pela paz” vem da Escola Básica Municipal Henrique Veras, na Lagoa da Conceição, coordenado pela professora Rosângela Martins dos Santos. Os quintos anos, matutino e vespertino, foram as turmas envolvidas no processo. O objetivo foi fortalecer nos educandos valores relativos à paz através de experiências significativas dentro da atividade física da dança, motivando os alunos ao resgate de valores importantes para a formação de suas capacidades morais, intelectuais e sociais.

— A ideia de realizar esse projeto com meus alunos surgiu da necessidade de valorizar e incentivar a cultura de paz dentro do ambiente escolar — relata a professora Rosângela.

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Invisíveis

(Foto: Divulgação / PMF)

A coordenadora e professora do Núcleo EJA Sul I, localizado na Escola Básica Municipal Anísio Teixeira, na Costeira do Pirajubaé, Janete Elenice Jorge é responsável pelo “Invisíveis”. A ação pedagógica trabalhou a invisibilidade a partir de “Domésticas”, dirigido por Fernando Meirelles e Nando Orival, que aborda o universo dessas trabalhadoras.

Os estudantes promoveram um debate profundo sobre o tema e indicaram situações de invisibilidade no filme. Fizeram produções escritas a respeito de “quando e onde me sinto invisível” e “quando invisibilizo pessoas”. Mapearam locais de invisibilidade na cidade e criaram cenas que representavam situações de invisibilidade para serem fotografadas. Essas fotos, então, foram disponibilizadas em uma exposição para informar e conscientizar para ações de combate à discriminação social.

Amigo réptil

Na Escola Básica Municipal Adotiva Liberato Valentim, na Costeira do Pirajubaé, a professora Jaqueline de Souza Matta Adão foi a responsável pelo projeto “Vida de tartaruga”. O trabalhou foi feito com 25 crianças de seis e sete anos do 1º ano.

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— Percebendo um grande interesse da turma em relação aos animais, levei para sala de aula um livro de literatura infantil. Como já era esperado, as crianças ficaram encantadas — explica Jaqueline.

Assim, os pequenos se interessaram em estudar bichos, especialmente a tartaruga. Depois de uma votação, decidiram qual o bichinho seria o tema do projeto. A partir daí, a atividade pedagógica contemplou as etapas de levantamento de hipóteses, observação, saídas de estudo, como uma visita ao Projeto Tamar, pesquisa e registros das crianças que foram apresentados na feira de ciências da escola.

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