Os estudantes Betina e Gabriel, vencedores do concurso Vestibulando DC, contam suas experiências, técnicas de estudo, angústias e dúvidas durante o primeiro semestre de estudos para as provas de fim de ano.
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(Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal
Desenvolvendo técnicas de estudo
Gabriel Couto
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Curso pretendido: Direito na UFSC
Idade: 17 anos
Este primeiro semestre reservou grandes avanços. Nos primeiros meses, testei vários métodos de estudo, para que eu pudesse aplicar o mais eficiente. Com isso, descobri que ler em voz alta, ouvir música para evitar barulho externo e estudar sem antes descansar por pelo menos 30 minutos, que são algumas das principais técnicas empregadas por outros vestibulandos, faziam com que meu rendimento não fosse o ideal.
Partindo do oposto a estes métodos, aos poucos consegui formular uma espécie de diretriz para meus estudos. Evidente que ainda há muito para ser aprimorado, mas já é possível perceber uma melhora em meu rendimento. Nos estudos diários, costumo intercalar entre duas e três disciplinas, sendo duas exatas e uma humana ou vice-versa. Costumo escolher as disciplinas que tive aula durante a manhã, para que o menor número de exercícios acumule. Ainda assim, encontro uma grande dificuldade de balancear o tempo entre estudo teórico e resolução de exercícios.
Em disciplinas como História, por exemplo, utilizo boa parte do tempo para leitura e compreensão da teoria e o tempo que sobra para a resolução de exercícios acaba sendo pequeno. Este é um dos pontos que devem ser melhorados para otimizar meu rendimento.
Outra técnica de organização do tempo é sempre realizar apenas as questões objetivas de cada disciplina, deixando as discursivas para serem resolvidas ao longo das semanas de revisão, pois estas, além de necessitarem de mais tempo para serem respondidas, também cobram conceitos aprofundados, por isso as considero ótimas ferramentas para revisão de conteúdos.
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Apesar de ainda ter grandes dificuldades nas disciplinas exatas, especialmente em conteúdos específicos como funções, na Matemática, e eletrodinâmica, na Física, a possibilidade de tirar dúvidas com monitores diferentes faz com que eu tenha sempre vários pontos de vista. Este “intercâmbio” de raciocínios ajuda muito na construção da minha própria maneira de enxergar os exercícios.
Acredito que o ponto mais positivo do semestre foi a descoberta de que associando as disciplinas através de datas, contextos e esquemas eu consigo absorver os conceitos necessários com uma facilidade muito maior. Apesar dos exercícios ainda atrasados e do cansaço, este primeiro semestre realmente trouxe vários avanços. Para os próximos e derradeiros meses, cabe uma rotina mais intensa e um pouco mais de zelo com meu próprio corpo, afinal, fazer algum tipo de atividade física pode contribuir muito para a qualidade dos estudos. Para isso, nada melhor do que pegar um pouco de sol caminhando na Avenida das Rendeiras. A vitamina D agradece!
Betina curte a mãe, Dirce
Foto: Rosemberg de Miranda
Matando fantasmas e leões
Betina Maslowki Machado
Idade: 19 anos
Curso pretendido: Medicina na UFSC
Eu sempre fui uma pessoa muito nervosa, ansiosa e preocupada com tudo. Quando o assunto era vestibular eu chegava até a passar mal. Algo me dominava, me deixava em um estado de pânico horrível. Era como se algo falasse dentro de mim: Betina, se você não passar no vestibular você vai decepcionar a todos aqueles que te ajudam e vai acabar se sentindo pior ainda por saber que você não conseguiu por incapacidade sua.
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Mas esse semestre eu não permiti que isso acontecesse comigo de novo. Corri atrás da ajuda de uma psicóloga e de um terapeuta. E eles me fizeram sentir que sou capaz de lidar com minha cabeça. Afinal, sou eu quem mando nela e não ela em mim. O apoio deles foi intensivo. Depois de longos meses de apoio e dedicação consegui dar o melhor de mim nos estudos e isso, consequentemente, me deixou mais calma e mais segura em tudo.
Depois disso, em um dia normal de aula, algo diferente aconteceu comigo. Tive que sair da aula com fortes dores nas costas e fui parar no hospital. Quanto mais tempo esperava para ser atendida mais as dores aumentavam. O diagnóstico do médico foi rápido. Ele me disse que eram pedras no rim e que eu teria que ficar internada alguns dias. A primeira coisa que veio à minha cabeça era como eu iria perder tantos dias de aula assim. Fiquei 10 dias sem poder ir para a aula, tomando soro e mais soro e precisei fazer uma cirurgia para a retirada de uma das pedras.
As mudanças na vida da gente são constantes e o que diferencia uma da outra é como experimentamos cada uma delas. Pode parecer a morte ou uma segunda chance e no meu caso esse primeiro semestre foi repleto de chances. Relaxei os dedos, me acalmei e vi que tudo aquilo era adrenalina pura. Pra mim, além de uma chance foi uma possibilidade de nascer de novo.
A vida ensina muitas coisas e esse ensinamento nem sempre nos faz vencedores, mas mesmo assim não somos preguiçosos, pois arriscamos, corremos atrás, damos o nosso jeito e, é claro, às vezes fracassamos. Mas muitas vezes também conseguimos uma bela vitória. Vestibular é uma briga de leões e não é porque não vencemos que não sabemos rugir.