O cineasta tunisiano Abdellatif Kechiche, que lançou o filme La Vie d’Adèle – ainda sem data de estreia prevista no Brasil – confessa em entrevista que se arrepende de ter feito o longa. Segundo ele, em afirmação ao site francês Telerama, “o filme não deveria ter saído. Ele é muito sujo”. Kechiche revela que o prêmio recebido em Cannes lhe deu apenas um “breve momento de felicidade”.

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– Senti uma rejeição por mim mesmo. Vivo como se estivesse sob uma maldição.

Em Cannes, a estreia do filme foi aplaudida de pé. Mas tornou-se polêmico entre os críticos por incluir cenas de sexo reais, feitas entre as atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos. Para o cineasta, o sexo real impede que o espectador assista ao filme “com o coração o limpo e com um olhar atento”.

– Eles [o público] vão dizer, ‘será que esse homem não abusou dessas garotas? Será que elas também não gostaram [de fazer sexo] e não querem falar?’ -, desabafou.

Em entrevista à Folha de São Paulo, a atriz Adèle afirmou ter se sentido “explorada” pelo diretor, devido à maneira com a qual ele conduzia as filmagens. Léa chegou a se emocionar na coletiva do festival, dizendo que tudo que os espectadores viram na tela, as atrizes realmente viveram.

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No Festival de Cinema de Toronto, no início deste mês, Adèle disse que o cineasta pediu “confiança cega” às duas.

– Ele disse que tínhamos de confiar nele e dar muito de nós mesmas. Ele estava fazendo um filme sobre paixão, então ele queria cenas de sexo, mas sem coreografia – cenas de sexo especiais.