Ufa, a previsão maia não era bem assim, e o mundo não acabou. Mas, diferentemente das profecias, muitas projeções tecnológicas costumam se tornar realidade. E, dizem os experts, uma revolução deve se dar nos próximos anos. A Intel aposta na expansão das tecnologias de toque e sensores em equipamentos como tablets, smartphones e ultrabooks. Segundo Steve Long, presidente e diretor-geral da Intel América Latina, 2013 marcará a democratização das interfaces de toque – a tecnologia touchscreen – no mundo.
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Nos próximos anos, porém, a principal tendência será o desenvolvimento de funções capazes de reproduzir os sentidos humanos. E a tecnologia touchscreen é só o começo de um movimento que transformará os eletrônicos em extensões sensoriais dos seus usuários. Num futuro próximo, todos os tipos de computadores serão como olhos, braços, bocas, narinas e ouvidos cibernéticos.
A IBM projeta que, em cinco anos, as inovações modificarão a forma como as pessoas trabalham, vivem e interagem entre si e com a tecnologia. Na chamada era dos sistemas cognitivos, os computadores imitarão os sentidos humanos – olfato, paladar, tato, visão e audição -, adicionando sensações às experimentadas naturalmente pelas pessoas.
A ideia é que isso aumente a percepção humana acerca de aspectos invisíveis a olhos, narinas e ouvidos nus. Assim, com base em novos parâmetros, será possível tomar decisões mais assertivas e capazes de melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas.
Se a era dos sistemas cognitivos é vista como uma meta, em um futuro imediato, os especialistas arriscam-se a apontar o que pode ser alcançado já em 2013. Marcelo Zuffo, professor de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), diz que a tendência é a consolidação do modelo BYOD (Bring Your Own Device), ou seja, a transformação dos computadores pessoais em tablets, smartphones, laptops e nettops.
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Para Zuffo, os desktops se tornarão cada vez menos comuns. A indústria deverá priorizar o desenvolvimento de smartphones que consumam cada vez menos energia e, assim, ganhem em autonomia e mobilidade:
– O comércio eletrônico vai se centrar cada vez mais nesses dispositivos, e o cartão de crédito será incorporado a esses sistemas.
O editor do site Strategic News Service, Mark Anderson, é claro em suas projeções. Além do crescimento do mercado de tablets e e-books, prevê a aceleração da conexão da TV à internet. Mas duas de suas profecias despertam atenção: o advento do Google como grande player do setor, chegando a um status hoje ocupado pela Apple – “ela não é a mesma sem Steve Jobs” -, e a queda da Intel. Para Anderson, com a perda de espaço da Apple, a quem fornece chips e processadores, a Intel se tornará “gradativamente irrelevante no mundo da computação”. Quem viver, verá.
Em breve, várias sensações poderão ser experimentadas com realismo no uso de computadores, tablets e smartphones. Confira:
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Tato
Imagine usar seu smartphone para comprar um vestido de casamento e poder sentir a seda ou a renda do véu, tudo pela superfície da tela. Ou até sentir as miçangas e o trançado de um lençol feito por um artesão a meio mundo de distância.
Visão
Os sistemas não só conseguirão enxergar e reconhecer o conteúdo de imagens e dados visuais, como também transformarão os pixels em significado, sendo capazes de entendê-los de forma similar ao modo como uma pessoa vê e interpreta uma fotografia. Na área médica, por exemplo, ao ser treinado para buscar elementos específicos – tais como a diferença entre tecido saudável e doente – e correlacionar isso com históricos de paciente e textos científicos, os sistemas capazes de “enxergar” ajudarão os médicos a detectarem problemas com muito mais velocidade e precisão.
Audição
Os equipamentos interpretarão as informações de áudio do ambiente para prever quando árvores cairão em uma floresta ou quando um deslizamento é iminente. Esse sistema “escutará” e medirá os movimentos para alertar sobre perigos futuros. Sons brutos serão detectados por sensores, assim como seriam por um cérebro humano.
Paladar
Os pesquisadores da IBM estão desenvolvendo um sistema de computação que experimenta sabores, para ser usado por chefs na criação de receitas inovadoras. O sistema será capaz de criar combinações de sabor, unindo diversos alimentos e poderá ser usado para nos ajudar a comer de forma mais saudável.
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Olfato
Minúsculos sensores embutidos detectarão se você está prestes a desenvolver alguma doença. Ao analisar odores, biomarcadores e milhares de moléculas na respiração de uma pessoa, os médicos terão ajuda para o diagnóstico e monitoramento de problemas de saúde, tais como doenças no fígado e nos rins, asma, diabetes e epilepsia.
Fonte: IBM