Velório de idosa morta em tombamento na Serra Dona Francisca lotou a capela do Cemitério Municipal de Joinville

A capela do Cemitério Municipal quase não pôde comportar todos os amigos e parentes que foram se despedir de dona Adair Felski, 64 anos, que morreu em um acidente de ônibus na Serra Dona Francisca, no final da tarde de quarta-feira.

O velório durou poucas horas, já que o corpo precisou passar pelo Instituto Médico Legal. O enterro ocorreu no meio da tarde desta quinta-feira. Adair deixou marido, dois filhos e duas netas.

É notório como Adair era querida por todos. A sobrinha e afilhada, Simone Fielski, 40 anos, fez questão de falar sobre a tia.

– Na quarta ela já encontrou o céu. Ela era uma pessoa feliz e muito pra frente. Não havia melhor pessoa no mundo – contou entre lágrimas de perda e sorriso de alegria ao lembrar os bons momentos que viveram juntas.

Segundo a sobrinha, Adair era uma mulher muito ativa que gostava de fazer programas em família e de viajar tanto na companhia do marido quanto das amigas. Apesar de faltar algum tempo, ela também já planejava a festa em que comemoraria 50 anos de casada.

Apesar de ser católica, Adair aceitou o convite de uma amiga para participar de um encontro de idosos da igreja luterana, em São Bento do Sul. Na quarta-feira, Adair tomou café, se despediu do esposo e admirou a casa por alguns minutos antes de partir para o evento.

– Aquele momento acredito que foi uma despedida – comentou Simone.

O encontro na cidade do Planalto Norte durou o dia inteiro. O grupo de 51 idosos se dividiu em um ônibus e um micro-ônibus. Após um dia de louvor e orações, o grupo que viajava no micro-ônibus sofreu um grave acidente no km 16 da SC-418, na descida da Serra Dona Francisca. O veículo foi encontrado tombado no canto da pista. Adair foi a única vítima fatal. Outros cinco passageiros foram conduzidos para hospitais de Joinville por equipes dos Bombeiros, Samu e helicóptero da PM.

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o motorista foi conduzido à delegacia e foi liberado em seguida. Ele deve responder à um inquérito por homicídio com dolo eventual – quando não há intenção de matar, porém assume o risco.

Ainda de acordo com a PMR, o homem não tinha habilitação para transportar passageiros e a CNH estava vencida. O motorista também estaria em liberdade provisória, já que teria respondido à processo por crimes de falsificação de documentos.