Velejadora italiana se inspira em Ivete Sangalo

Água, vento, velas, barcos, velejadores e muitos, muitos idiomas distintos rondando o Veleiros do Sul. Nas finais da Copa das Nações de Match Race, com disputas até sábado, 76 atletas de 13 países, a maioria europeus, se esforçam para se comunicar em inglês. Em português então, apenas os espanhóis se arriscam. Só uma tripulação estrangeira se deu bem na Capital: a das italianas. Quem as socorreu? Ivete Sangalo.

Calma, a baiana ainda não trocou os palcos para ser intérprete de estrangeiros. É que Giulia Conti, 23 anos, comandante do barco J-24, é fã incondicional da cantora e aprendeu português ao decorar as letras de suas músicas.

– Só não entendia o que era “de ladinho” (nome de uma das canções de Ivete) e “fazer um auê” (refrão). Mas depois me explicaram – diverte-se a jovem, que conheceu a cantora depois de ganhar um DVD de uma amiga que visitara Salvador.

Sua tripulação, formada por Alessandra Angelini, Elena Orioli e Lisa Lardani, não divide o mesmo gosto musical. Não pelo estilo, mas devido à insistência de Giulia.

– É só Ivete, só Ivete. Ninguém aguenta – protesta Lisa, sorrindo.

Mas, não fosse a paixão da colega pela cantora, a viagem ao Brasil para a disputa da Copa das Nações não seria tão divertida. Elas chegaram a Porto Alegre no sábado, alugaram um carro, saíram pela cidade sozinhas e foram até o bairro Moinhos de Vento comprar sandálias Havaianas. Tudo porque Giulia se comunica bem.

Além da ajuda indireta da baiana, as italianas contam com uma anfitriã de peso na Capital: Fernanda Oliveira, bronze na classe 470 em Pequim/2008. Como é comum na vela, os atletas se encontram em várias competições pelo mundo e acabam se tornando amigos.

– Levei as meninas para surfar em Atlântida, no sábado. Elas já são locais – diz Fernanda.

– Conhecemos o chocolate (em referência à cor do mar gaúcho) – contam elas.

Na Olimpíada de Pequim, Giulia, única profissional das quatro italianas – as outras praticam vela como hobby e têm outras profissões – competiu também pela 470 e saiu de seu país com a tentadora promessa feita pela federação: se conquistasse o ouro, seria premiada em 300 mil euros. Fernanda explica como ela gastaria o prêmio:

– Ela disse que viria ao meu casamento (depois da Olimpíada) e ainda me daria de presente um show da Ivete Sangalo.

Giulia terminou em quinto na China. O nome do barco 470 era Ivete.

As italianas voltam para a água nesta quarta. Ontem, elas venceram quatro das cinco regatas disputadas. As provas da Copa das Nações, com apoio de Zero Hora, começam às 8h30min, no Veleiros. A entrada é franca.