Veleiros europeus, importação de haxixe e envolvimento de facções criminosas. Estes são alguns dos pontos da investigação da Polícia Federal que culminou em uma megaoperação contra um grupo investigado por tráfico internacional de drogas. A ação, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (12), cumpriu mais de 80 mandados em dez estados brasileiros e sequestrou mais de R$ 150 milhões em bens.
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Conforme o delegado Nelson Luiz Confortin, a investigação teve início após o grupo alugar um hangar no aeródromo de Porto Belo, no Litoral Norte de Santa Catarina. Com isso, a equipe identificou que a organização criminosa estava atuando no estado com a lavagem de dinheiro, por meio da compra e construção de imóveis.
Depois, ao longo da apuração, a polícia descobriu que o grupo tinha ligação com outra organização, sediada no Rio de Janeiro e com conexões no Rio Grande do Norte, que fazia a importação de haxixe, com envolvimento de duas grandes facções criminosas, com domínio no estado carioca e em São Paulo
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— Essa organização criminosa é muito peculiar porque ela vende toda a espécie de droga, não tem uma que ela tenha uma especialidade. Então vende maconha, vende cocaína, vende sintética e vende haxixe, tanto em pequenas quantidades quanto em grandes quantidades — explica o delegado.
Megaoperação da PF apreende R$ 2,3 milhões em SC e outros 9 estados
Como funcionava o esquema
A polícia também identificou que o grupo usava de diferentes meios para fazer a venda dos entorpecentes. Um exemplo é o uso de aeronaves para o envio de pequenas quantidades de droga para a Europa. O grupo também fazia a exportação de cocaína para o Uruguai e importação de haxixe.
Durante a investigação, a polícia brasileira efetuou sete prisões em flagrante e apreendeu cerca de 65 quilos de cocaína, que estava sendo enviada ao Uruguai, e 225 quilos de skunk, que ira importada do país sul-americano para o Brasil. O grupo também usava de veleiros para o comércio das drogas;
— Esses veleiros vêm da Europa, eles carregam haxixe na costa africana, e acabam desembarcando no Nordeste do Brasil — complementa o delegado.
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Confira uma das apreensões durante as investigações:
Operação Match Point
Denominada de Operação Match Point, são cumpridos nesta quarta-feira, 49 mandados de busca e apreensão e 33 mandados de prisão preventiva. Só em Santa Catarina, são dez de busca e apreensão, em Florianópolis, e sete de prisão. Também é feito o bloqueio de contas bancárias de 43 pessoas físicas e o sequestro de 57 bens e imóveis, como veículos, casas, apartamentos, pousadas, automóveis, veleiros e lanchas.
Além de prisões em flagrante, foram apreendidas armas, drogas e grande quantidade em dinheiro. Na capital catarinense, os mandados foram cumpridos, principalmente, na Lagoa da Conceição.
A ação conta, ainda, com a cooperação internacional com a Itália, por meio da Interpol, e a Islândia, em coordenação com os escritórios de ligação junto à Europol. Agentes da polícia da Islândia também acompanham a operação.
De acordo com as investigações, o grupo se dividia em duas grandes células, com núcleos em várias cidades do país, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Dentre os líderes, há um cidadão islandês, que já é investigado pela Polícia Federal e pela polícia da Islândia.
As investigações sobre o caso, segundo a PF, continuam. Entre os crimes, estão lavagem e ocultação de bens, organização criminosa e tráfico internacional de drogas com associação ao tráfico. As penas podem ultrapassar os 40 anos de prisão.
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Veja fotos da Operação:
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