A Epagri/Ciram e a Secretaria do Estado da Proteção e Defesa Civil (SDC) emitiram uma nota conjunta nesta terça-feira (14) com as atualizações mais recentes sobre o La Niña. O fenômeno é caracterizado pelo resfriamento da água no Oceano Pacífico, causando impactos na atmosfera.
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De acordo com os órgãos do governo, o La Niña será de fraca intensidade e curta duração. “Embora os impactos tradicionais do La Niña sejam menos prováveis, ainda são esperadas influências nas condições climáticas no decorrer do verão e início do outono”, alertam os meteorologistas na nota.
Impactos na produção de soja
De acordo com Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, a condição de estiagem leve, que se observa no Oeste de Santa Catarina desde o final de dezembro, pode prejudicar o desenvolvimento adequado da soja. As lavouras já estabelecidas para a segunda safra do grão enfrentam déficit hídrico.
Haroldo recomenda que agricultores permaneçam atentos à previsão do tempo, especialmente na probabilidade de chuva para os próximos 15 dias. Dessa forma, eles podem buscar a melhor maneira para continuar a semeadura da soja, que fica extremamente condicionada à umidade no solo.
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— Ainda estamos dentro da janela ideal de semeadura, que em decorrência da falta de chuva, pode sofrer atraso e reduzir o potencial produtivo da cultura — afirma o analista da Epagri/Cepa.
Quanto ao milho, Haroldo afirma que sofreu pouco impacto com a leve estiagem. As primeiras colheitas indicaram uma produtividade satisfatória e produção dentro da normalidade.
Sobre o La Niña
A nota conjunta da Epagri/Ciran e SDC destaca que o resfriamento da região equatorial do Oceano Pacífico vem sendo observado desde julho. Entretanto, nas últimas semanas de dezembro, este resfriamento foi intensificado e ocorreu uma queda abrupta das temperaturas.
De acordo com o monitoramento da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), as anomalias de temperatura registraram valores 0,7°C abaixo da média. Para que o La Niña se concretize, é necessário que este resfriamento se mantenha abaixo do limiar de -0,5°C, o que já foi atingido. No entanto, é preciso que estas temperaturas mais baixas se mantenham nos próximos meses.
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Os modelos climáticos sugerem que esta condição persiste entre fevereiro e abril, com o retorno da normalidade logo em seguida. Contudo, não há consenso entre os modelos sobre a permanência das temperaturas baixas por esse período, e a condição pode não atingir o limiar necessário.
Precipitações irregulares em 2024
Conforme os dados do Índice Integrado de Secas, disponibilizado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden), que leva em consideração a precipitação, a vegetação e a umidade do solo, as regiões do Oeste e Planalto Sul apresentaram situação de seca fraca a moderada em dezembro.
Este cenário é reflexo dos acumulados de precipitação irregulares no segundo semestre de 2024, quando foram observados alguns meses de precipitação abaixo da média climatológica.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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