O fim da chamada “janela partidária” para as eleições de outubro respingou na composição e alterou a configuração dos principais parlamentos. Tanto na Câmara dos Deputados quanto na Assembleia Legislativa de Santa Catarina o PL ganhou espaço. Em Brasília, o partido de Jair Bolsonaro é a maior bancada. No parlamento catarinense, a segunda. 

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Na Câmara, três deputados federais catarinenses integram o PL. Caroline de Toni e Coronel Armando e Daniel Freitas deixaram o União Brasil — sigla formada pela junção do Democratas com o PSL— para integrar o partido do presidente.

Na Alesc, os deputados estaduais Ana Campagnolo e Jessé Lopes migraram do União para o PL. Na Alesc, a bancada do partido é a segunda maior, ficando atrás apenas do MDB, que tem nove deputados. 

No Estado dois partidos deixaram de ter representação com as mudanças: o PSC e o PSB (veja como ficaram as bancadas federal e estadual abaixo).

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Como funciona a “janela partidária”?

O período de mudanças durou 30 dias seguindo determinação do calendário eleitoral estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os parlamentares puderam efetivar as trocas entre 3 de março e 1º de abril. Pela lei, deputados e vereadores podem fazer esse tipo de migração sem que isso implique em infidelidade partidária.

Contudo, neste ano apenas os deputados puderam fazer a migração durante a “janela partidária”. O TSE estabeleceu que somente tem direito a troca o legislador em fim de mandato. Os vereadores poderão mudar de legenda antes das eleições de 2024.

Veja quais foram as mudanças 

Deputados federais

  • Carolina de Toni: deixou o União Brasil e foi para o PL 
  • Coronel Armando: deixou o União Brasil e foi para o PL
  • Daniel Freitas: deixou o União Brasil e foi para o PL

Deputados estaduais

  •  Ana Campagnolo: deixou o União Brasil e foi para o PL 
  • Jessé Lopes: deixou o União Brasil e foi para o PL 
  • Jair Miotto: deixou o PSC e foi para o União Brasil 
  • Laércio Schuster:: deixou o Podemos e foi para o União Brasil
  • Paulinha: estava sem partido e foi para o Podemos 
  • Nazareno Martins: saiu do PSB e foi para o Podemos
  • Coronel Mocellin: foi para o Republicanos (deixou o do PSL antes da “janela partidária”)

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Confira como ficaram as bancadas na Câmara dos Deputados e na Alesc:

Encolhimento do União e crescimento do PL

O encolhimento do União Brasil é interpretado como “natural” para o presidente do partido em Santa Catarina, Gean Loureiro. Ele diz que os nomes que deixaram a legenda não se identificavam com as bandeiras ou já planejavam a mudança antes da fusão.

— Agora estamos construindo uma unidade de verdade, onde os membros se sintam parte de um time com os mesmos ideais — afirmou.

Já o presidente do PL em Santa Cataria, o senador Jorginho Mello, atribuiu o crescimento do partido à filiação do presidente Jair Bolsonaro. Na sua visão, essa vinda somada a organização do partido atraiu os parlamentares.

— O partido já vinha numa crescente aqui em Santa Catarina pelo trabalho de todos nós. Pela luta, crescimento, filiações de lideranças importantes e preparação da nominata para ser deputado. Com a vinda do presidente fica ainda melhor porque pessoas que estavam no PSL o acompanharam. O partido ganhou musculatura para as eleições — disse.

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Na avaliação do professor de Administração Pública da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Daniel Pinheiro, as perdas do União Brasil têm relação com o crescimento do PL. Especialmente no cenário local, ambos partidos “disputam” a mesma ala ideológica e a legenda do presidente, em sua avaliação, leva vantagem.

— [Entre as vantagens estão] a possibilidade de uma migração orgânica (transferência) de votos dos candidatos ao executivo (na figura do Presidente Jair Bolsonaro como na última eleição), como também, uma visão mais moderada do conservadorismo no PL quanto às propostas defendidas por algumas alas do PSL, o que não sabemos como permanecerá depois da ida do Presidente ao partido, já que ele também tem posicionamentos, especialmente no espectro social, que justamente o levaram à eleição pelo PSL — comenta Pinheiro.

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