O uso de células-tronco na regeneração de dentes, ossos e tecidos moles – chamada de “terceira dentição” – vem despertando, cada vez mais, o interesse de cientistas na área de Odontologia.

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De acordo com o cirurgião-dentista Silvio Duailibi, esta é uma das áreas da Saúde que está mais próxima de recriar o natural com as técnicas da Engenharia Tecidual.

– Os primeiros resultados positivos aconteceram há pouco mais de dez anos, quando construir um dente por inteiro a partir de células-tronco passou a ser uma realidade. Vale ressaltar que a Engenharia Tecidual trabalha com os conceitos da regeneração e não da reparação. Regenerar é construir novamente e não apenas reparar um dano – afirma Duailibi.

Mas, ainda hoje, a maioria dos tratamentos com células-tronco visa reparar o dano ou a função, explica o cirurgião-dentista.

– Num futuro próximo, teremos opções de regenerar a polpa. Portanto, a finalização do tratamento endodôntico não será reparativa, mas regenerativa. Com tecnologia de ponta, será possível fazer novamente os tecidos que foram danificados ou perdidos por trauma ou doença, de forma totalmente original. Serão utilizados recursos biológicos naturais e não mais recursos sintéticos dos materiais resinosos atualmente utilizados – esclarece o especialista.

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Medicina Regenerativa

A Medicina Regenerativa reúne as técnicas de Engenharia Tecidual, com o uso de células-tronco e processos de biofabricação, visando a produção total ou parcial de órgãos e tecidos humanos em laboratório.

– No futuro, não haverá mais fila de espera para transplantes de órgãos, já que órgãos e tecidos serão produzidos em laboratório – garante a cirurgiã-dentista Monica Duailibi.

De acordo com a especialista, as células-tronco adultas estão presentes nos tecidos humanos de forma indiferenciada e ficam em “reservatórios latentes”. Quando o organismo necessita dessas células para uma reparação ou regeneração, elas se diferenciam.

– Quando nos cortamos, por exemplo, o processo de cicatrização solicita às células-tronco da pele sua reparação. Com outros tecidos, o processo é o mesmo. Portanto, as células-tronco acenam positivamente para novas terapias na área da Medicina Regenerativa – explica.

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Para Monica, tanto a Odontologia como a Medicina terão que se adaptar às novas terapias não-convencionais, quebrando paradigmas e buscando recursos do conhecimento em outras áreas, como Bioquímica, Engenharia de Materiais, Física etc.